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Com elogios a Hillary, Obama alimenta especulações sobre 2016
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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Barack Obama escolheu aparecer ao lado de sua secretária de Estado, Hillary Clinton, na primeira entrevista de seu segundo mandato, gravada na sexta e levada ao ar na noite de ontem pelo programa "60 Minutes".
Os dois, porém, preferiram trocar elogios a examinar a política externa dos EUA.
O presidente disse ter tido a ideia para "agradecer publicamente" Hillary, que deixa o cargo nos próximos dias.
E foi isso que ele fez, alimentando especulações -evadidas por ambos- de que ela concorra à Presidência em 2016. Nos 30 minutos de entrevista, a agenda externa do país pouco foi lembrada.
Obama defendeu o papel dos EUA na Líbia e no Egito, alegando que o desfecho seria outro "sem a liderança americana", e a hesitação ante o conflito civil na Síria.
"Não seremos capazes de controlar todos os aspectos de todas as transições. Algumas vezes haverá consequências imprevistas", respondeu sobre a turbulência no Egito.
Quanto à Síria, disse caber ao governo dos EUA "cuidar da segurança americana". "E em segundo, ver onde nosso envolvimento fará diferença."
Hillary, usando óculos especiais para corrigir um problema de visão dupla remanescente da concussão cerebral que sofreu devido a uma queda no mês passado, falou sobre os atritos dos dois durante as primárias partidárias nas eleições de 2008 e se declarou uma colaboradora fiel.
"Temos visões similares, e elas nos unem de uma forma que, para muitos, poderia parecer improvável", afirmou, definindo a amizade com o presidente como "calorosa".
A linguagem corporal lembrou a de um casal ou de amigos de longa data, com olhares convergentes, acenos, toques no braço e a constante inclinação de um em direção ao outro, além de frases mutuamente completadas.
ARMAS
Antes de o programa ir ao ar, a revista "New Republic" chegara às bancas com uma entrevista na qual Obama aborda a agenda progressista para o segundo mandato, a polarização em Washington (sobre a qual disse estar mais otimista), inspiração presidencial e futebol americano.
A conversa ocorreu dias após o massacre na escola infantil de Sandy Hook, em dezembro, que o levou a pedir restrições ao porte de armas.
Para mostrar empatia com os donos de armas, Obama admitiu praticar tiro esportivo na residência de campo. "Em Camp David, praticamos tiro toda hora", respondeu, indagado se já atirara e se a família praticava tiro.
"Não as meninas [as filhas Malia e Sasha], mas geralmente com os convidados."
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