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25/02/2013 - 05h30

Combatentes estrangeiros se unem à oposição ao ditador sírio

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MARINA DARMAROS
WISSAM MOUKAYED
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ALEPPO (SÍRIA)

Atendendo aos chamados do "jihad", combatentes estrangeiros têm se unido à oposição na Síria, levando adiante a "guerra santa" contra o ditador e o seu regime.

Em sua maioria, são muçulmanos sunitas vindos de países tradicionalmente islâmicos, como Egito, Líbia, Tunísia e Líbano. Mas há evidência também de que a Síria tornou-se destino de combatentes de outros locais.

"Vim para a Síria para o 'jihad', pois esse povo precisa de homens, precisa de gente, precisa de ajuda. Não posso ajudar os refugiados com dinheiro", afirma à Folha na cidade síria de Aleppo Abu Dawud, 28, um kosovar que se uniu a um grupo ligado ao batalhão Jabhat al Nusra.

De acordo com Abu Dawud, há diversos de seus conterrâneos lutando lado a lado com a oposição na Síria. Ele conta que deixou a mulher e os filhos no Kosovo, onde abandonou a faculdade de letras por falta de recursos.

"Amo minha mulher e meus filhos, mas vim ajudar esse povo. Todos no mundo que sentem em seus corações serem muçulmanos têm que ajudar esse povo", afirma.

Os "mujahidin" (aqueles que fazem o "jihad", em árabe), caso mortos, são transformados em mártires. Mas o "jihad" não compreende apenas a luta armada, como também qualquer tipo de apoio, como o prestado por jornalistas, doadores e ativistas.

Para Abu Abdu Zabadani, um engenheiro sírio expatriado na Rússia há 19 anos, porém, o dever de todos os sírios no exterior no momento é voltar à pátria para lutar.

"Não precisa dizer 'a gente apoia vocês moralmente, ou sei lá o quê'. Apoie-nos empunhando armas. Pode ser na segunda ou na terceira linha do fronte, não precisa ser na primeira linha", disse à Folha, em um hospital na cidade turca de Kilis, com um braço repleto de pinos e duas perfurações no pulmão.

Além dos kosovares, há entre os "muhajidin" guerreiros provenientes da Tchetchênia.

Um vídeo publicado no Al Manara ("O Farol", página do Facebook ligada ao Jabhat al Nusra) pela brigada dos jihadistas em Latakia, no Mediterrâneo, mostra um combatente tchetcheno e um tunisiano prestando homenagem a Abdullah Ash Shishani, proeminente guerrilheiro vindo da Tchetchênia.

Segundo os companheiros, Shishani vivia há anos escondido nas montanhas do Cáucaso, depois de ter sido preso em 2004, o que debilitou sua saúde. Na Síria, no entanto, ele criou o primeiro campo de treinamento de jihadistas imigrantes.

Ele morreu em janeiro ao rastejar sobre mina terrestre durante uma operação noturna, na cidade de Kassab.

Além do reforço de estrangeiros, especialistas têm observado que o apoio material também tem crescido entre os guerrilheiros. Há uma nova leva de armamentos de fabricação de ex-repúblicas iugoslavas, como contou à Folha Eliot Higgins, autor do blog Brown Moses, que monitora armamentos.

"Há pelo menos dois países vizinhos envolvidos nessa operação, e os EUA devem estar a par disso", afirma.

 

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