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Israel forma governo sem os ultraortodoxos
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DIOGO BERCITO
DE JERUSALÉM
A fumaça branca subiu, ontem, também em Israel, com o esperado anúncio de que foi formada nova coalizão para o governo do país.
O gabinete surge depois de seis semanas de ferrenha negociação, e um dia antes do prazo para que o premiê Binyamin Netanyahu apresente o acordo formalmente ao presidente Shimon Peres --evento previsto para hoje.
A coalizão terá 68 cadeiras, incluindo os partidos Likud Beytenu (de Netanyahu), Bayit Yehudi (de Naftali Bennett), Yesh Atid (de Yair Lapid) e Hatnua (de Tzipi Livni). A oposição terá 52 assentos, entre o total de 120.
O próximo governo israelense terá Netanyahu como premiê, e seu partido também terá a Defesa e o Interior, entre outros. Yair Lapid assumirá a pasta das Finanças. Bennett terá o cargo de ministro da Economia e do Comércio. Por último, Livni será ministra da Justiça.
Deixados de fora do novo governo, os ultraortodoxos reagiram com fúria ontem à formação dessa coalizão.
Moshe Gafni, do partido Judaísmo da Torá Unida, disse que esse será o pior dos governos de Israel nos termos espirituais e materiais.
O rabino Aharon Leib Shteinman, líder espiritual do movimento haredi (ultra-ortodoxo), descreveu o futuro ministro Yair Lapid como sendo "um [homem] ruim".
"Por que eles se importam se uma pessoa ultraortodoxa quer permanecer assim?", disse Shteinman, durante encontro com parlamentares.
As críticas foram frequentes durante toda a semana, com acusações dos setores mais conservadores de que os religiosos foram propositalmente excluídos do governo de Israel por preconceito.
As perspectivas para esse segmento não são as mais otimistas. Também ficou acordado que será discutida no curto prazo a isenção de alistamento para os haredim.
A questão é polêmica no país, em que os ultrarreligiosos afirmam já cumprir com o seu dever para o Estado com seus estudos da Torá.
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