Explosão em mesquita mata clérigo aliado a ditador sírio em Damasco

A televisão estatal síria informou nesta quinta-feira que um dos clérigos mais importantes do país e aliado do ditador Bashar Assad morreu após um homem-bomba atacar fiéis em uma mesquita de Damasco durante a noite.

Segundo a emissora, o clérigo alauita Mohammad Said Ramadan al Buti, 84, foi morto na mesquita de Eman, no bairro de Mazraa, que deixou outros 14 mortos e mais de 40 feridos. O terrorista detonou a bomba dentro do templo, que estava lotado para a oração noturna desta quinta.

Ainda não há informações sobre os autores do atentado. A ação também foi relatada pelo grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, que informou 16 mortes e relacionou o clérigo entre as vítimas. Outros ativistas dizem que as mortes foram causadas pela explosão de um morteiro.

As informações sobre o ataque não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições do regime sírio à entrada de jornalistas e organizações internacionais na Síria.

Caso confirmada a morte, os alauitas, vertente do xiismo a qual pertence Assad, perdem uma de suas principais influências religiosas. Nascido na Turquia, Buti é conhecido por ser um dos principais teóricos islâmicos da Universidade de Damasco.

Além da publicação de diversos livros sobre o islamismo, costumava aparecer com frequência na televisão em mensagens religiosas e discursos de apoio a Assad, em especial na década de 1990, nos últimos anos do mandato do pai do ditador, Hafez Assad.

Os alauitas controlam o país desde 1973, quando Hafez assumiu o governo. No período, os sunitas, que são maioria da população e compõem a maioria dos integrantes das forças rebeldes, foram discriminados. O conflito na Síria deixou pelo menos 70 mil mortos desde março de 2011, segundo a ONU.