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04/04/2013 - 03h00

Análise: Dados sobre a capacidade militar da Coreia do Norte são pouco confiáveis

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RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

O "equilíbrio do terror" entre potências nucleares sempre foi baseado na racionalidade dos líderes. A sigla em inglês "MAD" da expressão "destruição mútua assegurada" forma a palavra "louco".

Mas os líderes da Coreia do Norte constantemente desafiam os limites da racionalidade, quando no passado bombardearam com artilharia uma ilha e afundaram uma corveta da rival Coreia do Sul.

É portanto impossível prever se o Norte de fato quer iniciar uma guerra de grandes proporções. Um país com 35 mil estátuas dos seus ditadores é algo claramente imprevisível e difícil de entender racionalmente.

Seria suicídio para o regime norte-coreano provocar um conflito com os Estados Unidos. Os EUA têm 4.650 armas nucleares em estoque, das quais cerca de 2.150 estão operacionais em mísseis e bombardeiros. Mesmo com armamento convencional os americanos poderiam destruir boa parte da infraestrutura e das forças militares da Coreia do Norte.

A retórica belicosa do jovem ditador Kim Jong-un serve tanto para consumo interno como para forçar novas concessões da Coreia do Sul e dos EUA. Mas ele está chegando no limite do tolerável.

Dados sobre as capacidades militares do Norte são pouco confiáveis. Não existem estimativas precisas de quantas armas nucleares ele teria, ou se seus foguetes teriam alcance para atingir território americano, ou mesmo se o país teria a tecnologia para produzir uma arma pequena o suficiente para ser instalada na ponta de um míssil.

Aquele que seria o míssil mais poderoso, o Taepong-2, só teve um teste até hoje, em 2006, e fracassou. As estimativas sobre seu alcance são altamente imprecisas; os especialistas falam que poderia atingir alvos entre 4.000 km a 9.000 km de distância. Teoricamente uma versão mais "turbinada" poderia atingir o Havaí ou a base americana em Guam.

Se defender contra mísseis balísticos com sua velocidade de milhares de metros por segundo é algo dificílimo, mas os americanos têm investido pesadamente em armas contra eles. É o caso do Thaad, sigla em inglês para Defesa de Área Terminal de Alta Altitude, que será instalado em Guam.

"Defesa de Área" é um termo para um míssil antiaéreo ou antimíssil capaz de proteger uma área variável e razoavelmente extensa. No caso, o Thaad tem alcance estimado de 200 km, mas pode atingir alvos a 150 km de altura.

Outra forma de defesa americana são cruzadores e destróieres equipados com o sistema de radar Aegis. Projetado para defender a esquadra contra ameaças múltiplas, nos últimos anos passou a ter também uma capacidade contra mísseis balísticos. Dois navios do tipo já foram deslocados para o mar em torno das Coreias.

 

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