Enquanto os serviços de resgate procuravam pessoas presas nos escombros do edifício comercial Plasco, que desabou há duas semanas no centro de Teerã, o prefeito da capital iraniana enfrentava uma tempestade de críticas.
A tragédia, em que morreram 16 bombeiros, chocou iranianos de todos os setores da sociedade. Mas partidários das facções reformistas foram especialmente veementes, acusando o prefeito de Teerã, Mohammad Baqer Qalibaf, de má gestão e pedindo sua renúncia.
A linha dura diz que a popularidade de Rouhani caiu tremendamente e acusam o presidente de não ter traduzido o acordo nuclear fechado em 2015 em resultados econômicos positivos. O irmão do presidente, Hossein Fereydoun, que é também um dos assessores de Rouhani, foi prejudicado por acusações de corrupção divulgadas por veículos de mídia ligados à linha dura. Em uma carta ao Parlamento, na quarta-feira, Fereydoun qualificou as acusações de injustas.
Os reformistas rebatem acusando de corrupção o chefe do Judiciário, Sadegh Larijani, e alegando que Qalibaf utilizou seu cargo para permitir a venda de terrenos municipais na capital à organização beneficente comandada por sua esposa e a políticos da linha dura, a preços tremendamente descontados. No Parlamento, esta semana, Qalibaf disse que as acusações são politicamente motivadas.
Larijani não respondeu diretamente, mas o Judiciário negou as acusações feitas contra ele.
"Mais uma vez as eleições no Irã parecem estar se complicando e ficando imprevisíveis", diz o analista reformista Saeed Laylaz. "O cenário político, econômico e social do Irã ficou quente demais, como quando o edifício Plasco pegou fogo. Os líderes nacionais precisam traçar um plano nacional para prevenir um desabamento."
Tradução de CLARA ALLAIN
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