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Coreia do Sul diz que levará acusação de ataque norte-coreano à ONU
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DA REUTERS, EM SEUL (COREIA DO SUL)
DE SÃO PAULO
A Coreia do Sul confirmou neste domingo que levará a acusação de que um torpedo norte-coreano afundou um de seus navios de guerra ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em busca de uma nova resolução contra a vizinha comunista.
Nesta semana, uma equipe de investigação multinacional divulgou relatório sobre a explosão que causou o naufrágio do navio Cheonan e a morte de 46 de seus marinheiros e acusou formalmente a Coreia do Norte de lançar um torpedo contra a embarcação.
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, fará um pronunciamento sobre o incidente nesta segunda-feira, afirmou o porta-voz Lee Dong-kwan.
"O presidente vai apresentar o esquema de medidas, uma sobre nossos próprios passos e outra sobre medidas de cooperação internacional [...] Ele também mencionará um plano para levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU", afirmou Lee.
Imediatamente depois que a Coreia do Sul publicou o relatório responsabilizando os vizinhos pelo ataque, Pyongyang emitiu um comunicado no qual rejeitou as acusações e chamou Lee de "traidor".
Pouco depois, a Coreia do Norte ameaçou uma guerra caso houvesse qualquer medida de punição pelo naufrágio.
Uma acusação formal no Conselho de Segurança da ONU pode levar a uma nova resolução contra a empobrecida Coreia do Norte, alvo de outras sanções por realizar testes de mísseis e testes nucleares.
Lança ainda dúvidas sobre os diálogos de desnuclearização de Pyongyang --paralisados há mais de um ano.
A Coreia do Sul já obteve apoio do premiê japonês, Yukio Hatoyama, dos Estados Unidos e da Austrália na busca por uma medida do Conselho de Segurança.
Para aprovar uma resolução, contudo, precisaria do voto da China --membro permanente do Conselho e principal aliada da Coreia do Norte.
Pequim qualificou o naufrágio como "um infeliz incidente" e evitou o tom de condenação. Pediu ainda que os dois países tenham cautela no caso. "Trata-se de um infeliz incidente, e esperamos que se resolva, em nome da paz e da estabilidade da região", destacou em entrevista coletiva o vice-ministro de Relações Exteriores Cui Tiankai.
Prova
A Coreia do Sul apresentou evidências forenses do ataque, incluindo parte de um propulsor de torpedo com o que os investigadores acreditam ser um número de série norte-coreano.
Eles dizem que as evidências provam que a explosão submarina que afundou a corveta de 1.200 toneladas em 26 de março passado, na fronteira marítima entre as duas Coreias, foi causada por um torpedo norte-coreano.
A embarcação levava 104 marinheiros, dos quais 58 foram resgatados.
O relatório foi elaborado por investigadores norte-coreanos com a ajuda de especialistas dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Suécia.
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