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29/05/2010 - 09h25

Oposição não participará de reunião de lideranças no Afeganistão

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DA EFE, EM CABUL

O principal partido da oposição afegã e outros opositores ao governo de Hamid Karzai não vão participar da "jirga da paz", reunião de líderes promovida pelo presidente, em Cabul, e que após dois adiamentos, tem como nova data a próxima quarta-feira, dia 2.

O porta-voz do partido Esperança e Mudança, do ex-candidato presidencial Abdullah Abdullah, Fazel Sangcharaki, disse neste sábado que a formação não enviará representantes à jirga.

Ex-ministro de Exteriores, Abdullah foi o principal rival de Karzai nas eleições à Presidência afegã de 2009, mas recusou participar do segundo turno com ele em protesto pela fraude registrada na primeira.

"Abdullah ganhou 32% dos votos nas presidenciais [de agosto]. Como não foi convidado, seus simpatizantes não participarão da jirga, o que significa que não haverá representantes de 32 % da população", afirmou o porta-voz.

Cerca de 1.300 participantes são esperados na assembleia, entre chefes de conselhos provinciais, líderes tribais e religiosos e membros da sociedade civil que debaterão fórmulas para pacificar o país.

Entre os presentes na assembleia, que terá caráter consultivo, estarão os 240 membros da câmara baixa do Parlamento, mas parte deles está em conflito com Karzai por recusa à apresentação de candidatos aos 11 postos do governo que seguem vagos desde janeiro.

Desde a semana passada, o Parlamento realizou várias "sessões em silêncio" em uma espécie de "greve" contra Karzai.

O porta-voz talibã, Zabiulah Mujahid, descartou categoricamente a presença de membros do grupo na "jirga", que, para ele, trata-se de "um jogo do regime marionete (de Karzai) para enganar o povo afegão".

A "jirga" é uma das iniciativas anunciadas por Karzai em novembro passado, quando tomou posse para seu segundo mandato.

Inicialmente, Karzai tinha previsto realizar uma "loya jirga", a tradicional assembleia de notáveis afegãos, dentro de seu plano de diálogo e reconciliação com os setores talibãs mais moderados.

As decisões de uma "loya jirga" são vinculativas, por isso sua organização representava um desafio para Karzai, que expôs seu plano de reconciliação na Conferência de Londres de janeiro passado na busca de apoio político e fundos.

Perante as reservas expressadas por seus parceiros ocidentais, Karzai decidiu que realizaria uma "jirga da paz" de caráter apenas consultivo, o que significa que seus conselhos devem ser aprovados pelo Parlamento.

 

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