Para o Vaticano, ocupação israelense constitui uma injustiça política

O Vaticano considera a ocupação israelense "uma injustiça política imposta aos palestinos", afirma a Santa Sé em um documento destinado ao Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, texto que o papa Bento 16 deve apresentar no próximo domingo durante sua visita a Chipre.

"A ocupação israelense dos territórios palestinos dificulta a vida diária pela liberdade do movimento, a economia e a vida social e religiosa. Além disso, alguns grupos fundamentalistas cristãos justificam a injustiça política imposta aos palestinos baseando-se nas Sacras Escrituras, que deixa mais delicada a posição dos cristãos árabes", diz o Instrumentum laboris, ao qual a Ansa teve acesso.

O texto, de 40 páginas, pontua que os cristãos do Oriente Médio vivem entre um "extremismo islâmico" que ameaça a todos, inclusive os muçulmanos, e conflitos regionais, principalmente ligados à questão palestina.

A Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos será realizada no mês de outubro, no Vaticano.

Na madrugada da última segunda-feira, a Marinha israelense atacou seis embarcações que levavam à faixa de Gaza mais de 700 pessoas e 10 mil toneladas de ajuda humanitária, entre insumos médicos e casas pré-fabricadas. Ao menos nove pessoas morreram na ação, que foi repudiada por diversos países e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em maio do ano passado, o pontífice realizou um giro pelo Oriente Médio, que incluiu paradas na Jordânia, Israel e territórios palestinos. Durante encontros com líderes políticos e religiosos locais, Bento16 fez diversos apelos pela paz.

A viagem do papa ao Chipre será iniciada na sexta-feira (4) e vai até o próximo domingo (6).