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Disputa sucessória se acirra no Japão, mas ministro segue como favorito
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DA REUTERS, EM TÓQUIO E WAKAYAMA
A disputa pelo cargo de primeiro-ministro do Japão acirrou-se nesta quinta-feira após relatos de que um grupo governista iria apoiar um desafiante quase desconhecido contra o ministro das Finanças, Naoto Kan, conhecido por seu apego à responsabilidade fiscal.
O Partido Democrático do Japão (PDJ) escolherá seu novo líder na sexta-feira, após a renúncia repentina, nesta semana, do impopular primeiro-ministro Yukio Hatoyama, numa manobra dele para melhorar as chances do seu partido na eleição de julho para o Senado.
Investidores temem que o impasse político impeça o governo de definir neste mês, conforme programado, novas medidas para controlar uma dívida pública que já equivale duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) e para estimular o crescimento, apesar do envelhecimento da população japonesa.
Uma diretora do banco central disse esperar que o novo premiê anuncie ainda neste mês um programa de reformas fiscais para médio e longo prazos. "Do contrário, a confiança na política do governo pode ser afetada," disse Miyako Suda, integrante do comitê de política monetária do Banco do Japão, a líderes empresariais na localidade de Wakayama.
Kan, 63, continua sendo visto como favorito para se tornar o quinto premiê japonês em três anos. Mas a disputa pode significar que o dirigente partidário Ichiro Ozawa, que deixou a secretaria geral junto com a saída de Hatoyana, ainda mantém influência --o que por sua vez pode indicar um combate menos incisivo ao problema da dívida.
Desde que assumiu a pasta das Finanças, em janeiro, Kan se mostra fiscalmente responsável, eventualmente fazendo críticas ao BC. Sua ascensão à chefia de governo pode levar a medidas econômicas duras, apesar dos temores de muitos membros do seu partido de que isso possa ter reflexos negativos nas urnas.
A TV pública NHK disse que um grupo leal a Ozawa, apontado como eminência parda no governo de Hatoyama, apoiaria o quase desconhecido deputado Shinji Tarutoko, de 50 anos. A agência de notícias Jiji disse mais tarde, porém, que os membros desse grupo estavam liberados para votar como quisessem.
"Ainda se espera a vitória de Kan, mas se os seguidores de Ozawa apoiarem Tarutoko será uma demonstração de que há forças contra Kan, e ele pode ter de ouvir suas exigências sobre quem nomear para o gabinete e para os principais cargos partidários," disse Tetsuro Kato, professor de Ciência Política na Universidade Waseda.
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