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05/06/2010 - 09h46

Irã não pode ser irresponsável e deve ouvir outros países, diz Rússia

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DA FRANCE PRESSE, EM MESEBERG (ALEMANHA)

O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou neste sábado, em Meseberg (Alemanha), esperar que o Irã "escute a voz da comunidade internacional" enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) se prepara para adotar novas sanções contra Teerã por seus projetos nucleares.

"A situação é a seguinte: existe um acordo sobre as sanções", disse Medvedev, durante entrevista coletiva ao final de um encontro de dois dias com a chanceler alemã, Angela Merkel, em uma residência oficial para convidados ao norte de Berlim.

"Esperamos que os dirigentes iranianos escutem a voz da comunidade internacional", acrescentou. "Tais manifestações de irresponsabilidade não podem continuar", concluiu.

A Rússia tem no Irã um importante aliado comercial, e tem sinalizado apoio ao projeto de sanções contra o programa nuclear iraniano no Conselho de Segurança da ONU, mas ao mesmo tempo busca exercer pressão diplomática para que Teerã aceite acordos internacionais, evitando assim sofrer punições.

Sanções

Ontem os governos da Rússia e da China afirmaram serem contra tentativas de apressar a votação no Conselho de Segurança da ONU de novas sanções contra o Irã, de acordo com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

"Somos contra forçar o processo de votação", disse Lavrov em Pequim, citado pela agência de notícias Interfax.

Lavrov também acrescentou que a resolução estava quase completa e que os interesses econômicos de Rússia e China tinham sido levados em conta no esboço da resolução.

Segundo a Casa Branca e diplomatas ocidentais, o Conselho de Segurança deve votar a resolução na semana que vem, o que imporia novas sanções pelo fato de o Irã não ter aliviado as preocupações sobre seu programa nuclear.

A administração Barack Obama vem trabalhando há meses para persuadir Rússia e China, membros do conselho com poder de veto, de que deveriam concordar com novas sanções contra o Irã.

Os Estados Unidos, as maiores potências da União Europeia e Israel dizem que o Irã está usando seu programa de enriquecimento de urânio como cobertura para a construção de uma bomba atômica. O Irã nega a afirmação.

Esboço

Na quarta-feira (2) o embaixador mexicano na ONU disse que o Conselho de Segurança da entidade buscava votar em breve um esboço de resolução com sanções contra o Irã por seu programa nuclear, possivelmente nos próximos dez dias.

O enviado mexicano Claude Heller, que preside o Conselho neste mês, disse que especialistas dos 15 países-membros têm discutido o esboço, elaborado pelos Estados Unidos, e que o painel de dez membros não permanentes está aguardando anexos que listam o nome de indivíduos e empresas que seriam incluídos na lista negra da ONU.

"Meu entendimento é que os copatrocinadores da resolução gostariam de ter uma ação imediata do Conselho de Segurança, para ter um voto (...) nos próximos dez dias", disse ele a repórteres. "Não temos uma data precisa ainda".

A resolução, se adotada, irá impor a quarta rodada de sanções da ONU ao Irã. O esboço foi acertado no mês passado por EUA, Reino Unido, França e Alemanha, junto com China e Rússia, que têm laços comerciais fortes com o país islâmico.

Diplomatas ocidentais disseram, em condição de anonimato, que os seis países esperam entregar os anexos aos dez membros rotativos do Conselho de Segurança até o fim desta semana. Os documentos serão, então, examinados detalhadamente por ministros de Finanças e agências de inteligência dos países.

Segundo os diplomatas, o esboço da resolução resulta de uma série de compromissos entre os EUA e seus três aliados europeus, que têm pressionado por sanções mais duras contra Teerã. Rússia e China procuraram diluí-los.

O Irã rejeita acusações das potências ocidentais de que seu programa nuclear tenha o objetivo de desenvolver armas nucleares e defende que limita-se à geração de energia elétrica. O país se recusa a suspender seu enriquecimento de urânio.

O esboço da resolução pede por medidas contra bancos iranianos no exterior diante da suspeita de ligação com os programas nuclear e de mísseis iranianos; vigilância em transações com qualquer banco iraniano, incluindo o banco central, e expande o embargo de armas da ONU contra Teerã.

Diplomatas do Conselho dizem ser possível que apenas 12 dos 15 membros votem pela resolução. Turquia e Brasil, que mediaram um acordo de troca de combustível com o Irã em maio, e o Líbano devem se abster ou ser contrários ao texto.

 

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