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06/06/2010 - 08h48

Na faixa de Gaza, zoo inteiro chegou por túneis cavados sob fronteira egípcia

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MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A GAZA

"Meu sonho é contrabandear um elefante para Gaza". A frase, que soa como devaneio de um filme de Federico Fellini ou de um conto de Moacyr Scliar, é dita com toda a seriedade por Mohammad Weda, dono do maior zoo da faixa de Gaza.

Os 30 animais que habitam uma das poucas opções locais de entretenimento foram trazidos pelos túneis que passam sob a fronteira com o Egito, e são sobreviventes da ofensiva israelense da virada de 2009.

"Perdemos 20 animais", conta Weda, que empalhou e colocou na entrada um cervo e dois macacos, numa incomum homenagem a "mártires" do conflito com Israel.

Mas o sonho do empreendedor terá que esperar. Não pelas limitações das vias subterrâneas. Afinal, diz ele, se carros inteiros chegam pelos túneis, "qualquer coisa pode passar".

O problema é o preço de um elefante, R$ 1 milhão. Por enquanto, os visitantes terão que se contentar com o par de zebras e o canguru que devem chegar nesta semana.

Com as aquisições, Weda quer reparar a humilhação causada pela revelação, feita por um jornal israelense no ano passado, de que as zebras de outro zoo de Gaza são, na verdade, jumentos pintados.

Acanhado, o parque é investimento de vulto para os padrões locais.O casal de tigres custou R$ 155 mil, além de uma mordida no braço de Weda.
Três anos após inaugurada, a atração não dá lucro.

O baixo poder aquisitivo em Gaza obriga os donos a cobrar preços irrisórios - R$ 2 para adultos e R$ 1 para crianças- e o investimento continua empatado.

 

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