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06/06/2010 - 15h03

Armamentismo deve dominar agenda da 40ª Assembleia Geral da OEA

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DA EFE, EM LIMA

Começa neste domingo na capital peruana, Lima, a 40ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), sem previsão de grandes discordâncias e tendo como tema principal firmar uma declaração que pretende limitar o armamentismo na região.

A reunião anual de chanceleres dos 33 países membros da OEA começa em um ambiente mais calmo que o dos encontros anteriores, quando a crise entre a Colômbia e o Equador, e depois o levantamento da suspensão do bloqueio a Cuba centraram toda a atenção e deixaram de lado os temas centrais das respectivas assembleias.

Hoje a situação é diferente, embora o futuro de Honduras dentro da OEA possa desviar momentaneamente a atenção do tema principal -- "Paz, segurança e cooperação entre as Américas". Tegucigalpa foi suspensa da organização no dia 4 de julho do ano passado após o golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya,

O futuro de Honduras deve ser tratado amanhã em encontros privados. Segundo fontes diplomáticas, o debate para levantar a suspensão não deve ser levado à plenária devido a falta de consenso e o desejo de não criar mais divisões.

Os políticos devem se concentrar em cumprir a agenda, que inclui temas novos e disputas antigas, como o problema marítimo da Bolívia e a questão das Malvinas, litígio que ganhou atualidade perante o aumento das tensões entre a Argentina e o Reino Unido, e o desejo de Buenos Aires de dialogar com Londres sobre a reivindicação da soberania das ilhas.

A reconstrução do Haiti também está na pauta e há um projeto de resolução de apoio ao país caribenho.

Armamentismo

O centro do debate está no armamentismo na região, embora o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, insista que também serão abordados problemas relacionados com o crime organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas e a segurança pública, entre outros. Temas que preocupam mais o povo que a compra de armas, disse.

O projeto da declaração final, pactuado previamente, é uma tentativa de limitar a os gastos militares na região, fomentar a transparência na aquisição de armamento, impulsionar medidas de confiança para criar um ambiente mais seguro e tirar da região o compromisso de destinar mais recursos ao desenvolvimento.

Por trás do texto está a preocupação de alguns países pelo que consideram ser um armamentismo excessivo na América Latina, argumento refutado por outros e justificado por terceiros com a modernização de seu material de defesa.

Segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), as transferências de armas para a América do Sul aumentaram em 150% nos últimos cinco anos.

O Peru, como anfitrião, é o incentivador da declaração, inspirada na campanha iniciada ano passado pelo presidente peruano, Alan García, para pôr "freio ao armamentismo".

No entanto, o documento que saiu de Washington é muito menos enérgico que a proposta inicial do Peru, por consequência do compromisso mínimo que costuma sair de negociações multilaterais nas quais o consenso é obrigatório. Fontes diplomáticas afirmaram que o texto final "está a meio caminho do que o Peru queria" e reflete que "nenhum país comprador ou vendedor está disposto a ter limites impostos". No projeto de declaração foi eliminada a palavra "redução" e em seu lugar ficou um termo mais genérico -- "limitar".

 

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