Turquia quer punição internacional a Israel por ataque a navio

A Turquia deve pedir punição internacional pelo ataque israelense a um comboio turco que levava ajuda a Gaza há uma semana, que matou nove ativistas e deixou dezenas de feridos, além de pressionar pelo fim do bloqueio à região, durante encontro de líderes que começa nesta segunda-feira.

Líderes de Rússia, Irã, Paquistão e Afeganistão participarão do encontro Eurásia e Oriente Médio. Israel enviará um diplomata de seu consulado em vez de expor uma figura mais conhecida à fúria provocada pelas mortes da semana passada.

Falando antes de negociações que incluirão inimigos-chave de Israel, o ministro turco do Exterior, Ahmet Davutoglu, disse que Ancara não pode mais tolerar as políticas de Israel, anteriormente seu aliado próximo, em relação aos palestinos.

"A Turquia foi um dos primeiros países a reconhecer Israel", disse Davutoglu à CNN no domingo.

"Mas agora não podemos tolerar as políticas de tensão, as políticas de bloqueio contra Gaza, as políticas de punição... e a política de atacar civis em águas internacionais. Isso, não podemos tolerar."

Embora o fórum, conhecido como Construção de Medidas de Interação e Confiança na Ásia (CICA, na sigla em inglês), tenha o objetivo de reduzir as ameaças de um conflito regional, o ataque israelense ao comboio humanitário deve dominar a agenda.

Nove turcos foram mortos na segunda-feira por comandos militares israelenses durante operação em um navio que era parte de um comboio de seis embarcações que desafiaram o bloqueio à Faixa de Gaza.

Israel disse que suas tropas usaram força letal para se defender, mas o governo e a opinião público ficaram enfurecidos com o episódio.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que Israel precisa ser punido e que "nada será como era antes" entre os dois países.