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Em reunião em Bruxelas, Otan pede mais tempo no Afeganistão
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DA EFE, EM BRUXELAS
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reconheceu nesta sexta-feira que sua estratégia no Afeganistão está oferecendo "resultados moderados" e, por isso, pediu um pouco mais de paciência enquanto o envio de mais tropas surte efeito nas regiões tomadas do controle do talibã.
Os ministros da Defesa da organização, que terminaram hoje em Bruxelas uma reunião de dois dias, revisaram a situação no Afeganistão com seu colega afegão, Abdul Rahim Wardak, e com o general americano Stanley McChrystal, responsável pelas operações da Otan no país.
O avanço, embora lento, permite à Otan manter seu plano de decidir em novembro, em sua cúpula de Lisboa, o início da transferência das responsabilidades da segurança para mãos afegãs nas áreas mais tranquilas.
"As operações no Afeganistão estão fazendo progressos moderados", afirmaram os ministros em uma declaração após o debate na qual destacaram as ofensivas nos redutos insurgentes das províncias de Helmand e Candahar, tanto em nível militar como para promover a ação do governo afegão e o desenvolvimento econômico.
O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, destacou que as tropas da Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf) da Otan estão atuando "no coração do território do talibã", e assegurou que o rumo será mantido de acordo com os resultados.
O envio de dezenas de milhares de soldados desde dezembro permitiu à Otan aumentar a presença em muitas partes do Afeganistão e começar a expulsar os insurgentes de seus tradicionais redutos.
Segundo o secretário de Defesa americano, Robert Gates, o general McChrystal disse acreditar que pode haver novos progressos "para o final do ano".
Ofensiva
Mesmo assim, McChrystal anunciou na quinta-feira (10) que a prevista grande ofensiva na província de Candahar acontecerá com dois ou três meses de atraso a fim de preparar a chegada e o desdobramento no local de uma unidade do Exército afegão que ocupará o terreno após a expulsão dos talibãs.
Somente neste ano, a Isaf registrou a morte de 254 soldados, sendo 165 americanos, aproximadamente o dobro do que no mesmo período de 2009.
Após o aumento dos últimos meses, a Isaf tem atualmente 120 mil soldados de 46 países -- outros 15 mil americanos ainda estão para chegar -, que se somam aos 120 mil homens que o Exército afegão já tem.
Ainda reconhecendo a seriedade da situação, a Otan alega que este aumento no número de baixas é consequência de sua ofensiva contra os redutos do talibã.
Por isso, Gates fez um alerta contra o otimismo ao afirmar que a melhora da situação no Afeganistão "não virá rapidamente e nem sem grandes perdas".
Rota
Ainda nesta, sexta-feira a Otan anunciou que abriu uma rota alternativa de suprimentos ao Afeganistão pela Rússia e a Ásia Central -- um desdobramento importante que dá à aliança a habilidade de evitar as rotas pelo Paquistão, frequentemente alvo de emboscadas do Taleban.
Embora a Rússia tenha oferecido abrir seu território por completo para a Otan, negociações sobre o trânsito de tropas entre a aliança e os países da Ásia Central levou muitos meses para ser concluído.
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