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11/06/2010 - 21h17

Jornal italiano critica "lei da mordaça" com página em branco

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DA FRANCE PRESSE, EM ROMA

O jornal italiano de esquerda "La Repubblica" protestou nesta sexta-feira com uma página em branco contra a chamada "lei da mordaça", um controverso projeto de lei que proíbe a divulgação de escutas telefônicas pelos meios de comunicação.

No centro da primeira página toda em branco havia apenas um papel de bilhete amarelo com a frase "A lei da mordaça nega aos cidadãos o direito de ser informados".

Reprodução

Em um editorial, o jornal explica que se trata de um protesto inédito na Itália contra uma medida que constitui "uma violência" contra o sistema democrático.

A lei foi aprovada na quinta-feira pelo Senado italiano, e agora deve passar pela Câmara dos Deputados, mas o texto não pode ser modificado. O presidente da República poderia vetá-la como inconstitucional.

A norma, que o chefe de governo Silvio Berlusconi considera indispensável para proteger a intimidade dos cidadãos, limita o uso de escutas telefônicas a uma máximo de 75 dias, prorrogáveis de três em três.

A medida foi duramente criticada pela oposição de esquerda e, sobretudo, pelos magistrados, que consideram que ela limita a luta contra a máfia e a liberdade de imprensa.

Em caso de violação, os editores deverão pagar multas de até 450 mil euros (R$ 980 mil) e os jornalistas seriam punidos com até 30 dias de prisão.

A oposição de esquerda denunciou "a morte da liberdade" na Itália e o líder do Partido Democrático (PD), Pierluigi Bersani, prometer lutar até o final contra a medida.

Os sindicatos de jornalista também se mobilizaram contra a medida.

Vários escândalos vieram à tona na Itália nos últimos anos devido à publicação de escutas, atingindo importantes dirigentes do governo, entre eles o ministro de Desenvolvimento, Claudio Scajola, que teve que renunciar ao cargo em abril após a compra ilegal de um apartamento no centro de Roma.

 

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