Apuração indica vitória da direita nas eleições parlamentares na Eslováquia

As eleições legislativas na Eslováquia, realizadas neste sábado, deram a vitória ao governante Partido Social-Democrata (SMER), que não vai conseguir, no entanto, revalidar sua coalizão após o desastre de seus parceiros no Executivo.

Com 53% das cédulas apuradas, o SMER obteve 36% dos votos, seguido pelo conservador SDKU, com 15%, e o liberal Liberdade e Solidariedade, com 12%, informou o Escritório de Estatísticas eslovaco.

Também entram no Conselho Nacional os democratas-cristãos do KDH, que alcançaram 9%, e as legendas húngaras Most-Hid e SMK, que poderiam também fazer parte da nova aliança de centro-direita.

Esta noite aconteceram as primeiras tentativas dos líderes de oposição de formar uma coalizão, buscando deixar de lado suas diferenças para tirar o premiê Robert Fico do governo.

"O eleitorado votou por uma mudança", disse Richard Sulik, presidente do novo partido Liberdade e Solidariedade (SaS).

A participação eleitoral nessa apuração foi de 58%, três pontos acima que há quatro anos.

Um dos parceiros do SMER no governo, o Partido Nacional Eslovaco (SNS), que era a terceira força do Conselho Nacional e é liderado pelo xenófobo Jan Slota, fica como a última força parlamentar, após obter apenas 5,24% dos votos.

A saída do Parlamento do Movimento por uma Eslováquia Democrática (HZDS, governo), do nacionalista Vladimir Meciar, é outra das surpresas destas eleições, que marcaram o ocaso de um dos políticos mais carismáticos e polêmicos da transição política da jovem república do Danúbio.

Meciar, o político mais influente na década passada, afundou o país no isolamento internacional por causa de sua errática política externa, com alianças com o bielorusso Alexander Lukashenko e com o sérvio Slobodan Milosevic, que afastaram o país da União Europeia e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).