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Separatistas reivindicam vitória nas eleições parlamentares na Bélgica
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PHILIP BLENSINSOP
DA REUTERS, EM BRUXELAS
Um partido que quer dividir a Bélgica está a caminho de ganhar a eleição parlamentar deste domingo, um resultado que pode complicar os esforços de formar uma coalizão que possibilite uma reforma do Estado e um rígido controle orçamentário.
A Bélgica terá problemas em conviver com conversações de coalizão longas e tensas porque o país tem uma dívida grande, e qualquer paralisação pode deixar o país vulnerável no mercado financeiro, que está acompanhando atentamente a crise da dívida entre os 16 países que usam o euro.
A projeção da TV e os resultados iniciais mostraram que o partido separatista N-VA (Nova Aliança Flamenga), que prega a dissolução gradual da Bélgica, deve liderar o pleito.
O VRT, canal público flamengo, previu que o partido ganharia 30 dos 150 assentos da câmara baixa do Parlamento, em vez dos oito que eles possuem hoje. Ele previu grandes perdas para o partido dos Cristãos Democratas e para os Liberais, antigos parceiros de governo.
O N-VA prega a autonomia para a região de Flandres e sua separação da Valonia, que fala francês.
"O N-VA ganhou a eleição hoje. Estamos diante de vocês com um partido que tem cerca de 30 por cento (dos votos dos flamengos)," disse Bart De Wever, líder do N-VA aos seus simpatizantes.
O partido dos Socialistas, cujo líder Elio Di Rupo tem sido apontado como possível o futuro primeiro-ministro, esperava ganhar seis assentos, para ficar com um total de 26.
"Isso é mais do que eu poderia ter imaginado. Pensamos que teríamos 24 a 25%, logo, essa é uma ótima notícia", disse Mia Leyskens, simpatizante do N-VA, em uma festa depois da eleição, em que muitos agitavam a bandeira amarela e preta de Flandres.
Mesmo que o N-VA ganhe a maioria dos votos, ele não poderá começar a delegar competências para as regiões imediatamente.
O sistema eleitoral --efetivamente duas eleições com partidos distintos buscando os votos dos eleitores que falam francês e da maioria de eleitores que fala holandês-- indica que pelo menos quatro partidos serão necessários para formar uma coalizão governamental.
Os partidos das regiões mais pobres de língua francesa estão apreensivos em relação a qualquer passo em direção ao desmembramento do país, ao qual eles se opõem.
Essa é a primeira eleição federal em que um partido que defende o fim da Bélgica pode sair vencedor, apesar da N-VA ter sido aliada dos Democratas Cristãos em 2007.
A liderança do partido nas eleições, provocou um debate nacional sobre um possível desmembramento da nação de 180 anos, com a Flandres, mais rica, de um lado e a Valonia Francesa, onde o desemprego é o dobro da média nacional, do outro, vivendo separadas.
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