Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/06/2010 - 18h15

ONU ainda quer investigar ataque de Israel à frota humanitária

Publicidade

DA EFE, EM NOVA YORK

A investigação internacional do ataque ocorrido há duas semanas pela Marinha israelense a um comboio humanitário, proposta pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, segue "sobre a mesa", apesar da decisão do governo de Israel de criar uma comissão interna para estudar o incidente.

O porta-voz da ONU, Farhan Haq, opinou que as duas iniciativas "não são contraditórias", por isso Ban prossegue com os esforços para encontrar uma explicação que satisfaça todas as partes envolvidas no caso.

"Uma exaustiva investigação israelense é importante e pode se encaixar com a proposta do secretário-geral de realizar uma investigação crível e imparcial", explicou nesta segunda-feira Haq, em entrevista coletiva.

Além disso, ele ressaltou que a proposta de Ban "segue sobre a mesa e espera uma resposta positiva por parte dos israelenses".

Segundo Haq, a comissão israelense terá uma capacidade investigadora limitada e tem como objetivo "esclarecer" os fatos e não atribuir responsabilidades aos políticos e militares que tomaram as decisões.

Investigação

Israel anunciou nesta segunda-feira, a criação de uma comissão com a participação de dois observadores estrangeiros para investigar o ataque à frota em 31 de maio.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que o objetivo principal da investigação é provar ao mundo que a ação foi apropriada e seguiu padrões internacionais.

"A decisão do governo vai deixar claro ao mundo que Israel agiu legalmente, com responsabilidade e com total transparência", disse Netanyahu, citado pelo jornal israelense "Haaretz".

Ela que será presidida pelo juiz aposentado da Suprema Corte, Yaakov Tirkel, de 75 anos, e os dois observadores estrangeiros serão o prêmio Nobel da Paz irlandês David Trimble, ex-político protestante, e o ex-procurador geral do Exército canadense Ken Watlkin.

Rejeições

A Turquia, país de origem de boa parte dos cerca de 700 ativistas da embarcação atacada pelo Exército israelense, se mostrou contra a iniciativa.

Os Estados Unidos responderam ao anúncio público feito por Israel afirmando que é "um passo à frente" e que esperam que as investigações terminem "rapidamente", declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em um comunicado.

"Ainda que Israel precise de tempo para concluir o processo, esperamos que as investigações da comissão e do Exército (israelense) sejam feitas rapidamente", disse Gibbs.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou-se insatisfeito e afirmou lamentar a decisão israelense de investigar com comissão própria o ataque à "Frota da Liberdade".

Abbas deixou claro que os palestinos prefeririam que o Estado judeu tivesse atendido às solicitações do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que se reuniu um dia após o ataque e determinou que a operação do Exército de Israel deveria ser investigada por um painel internacional.

A responsável de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, pediu que a comissão nomeada pelo governo de Israel realize uma "investigação crível" sobre o ataque à frota humanitária que se dirigia a faixa de Gaza.

Ataque

No dia 31 de maio, militares israelenses atacaram uma frota internacional de ajuda humanitária que seguia para a faixa de Gaza com militantes pró-palestinos. Na ocasião, nove militantes turcos morreram e 20 pessoas ficaram feridas.

O ataque, realizado em águas internacionais, recebeu duras críticas de diversos países, que pedem, além de esclarecimentos a Israel, o fim do bloqueio a Gaza.

Neste domingo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que o bloqueio viola a Convenção de Genebra e pediu o fim da medida.

Segundo o CICV, "toda a população de Gaza está sendo punida por atos pelos quais não têm responsabilidade".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página