Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/06/2010 - 10h47

Sanções da União Europeia contra o Irã seriam "ilógicas", diz Ahmadinejad

Publicidade

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Irã qualificou nesta terça-feira de "ilógica e errada" a intenção da União Europeia (UE) de endurecer suas sanções à República Islâmica por causa das suas atividades nucleares, que o Ocidente teme encobrirem o desenvolvimento de armas.

Depois de a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovar na semana passada uma quarta rodada de sanções ao Irã, a UE deve adotar na quinta-feira punições ainda mais duras, inclusive contra o setor energético do país.

Chanceleres da UE assinaram na segunda-feira uma declaração que vai substancialmente além da resolução da ONU.

O Irã repetidamente minimiza as sanções, mas analistas dizem que as novas medidas seriam mais dolorosas por afetarem o setor energético do país, importante produtor de petróleo.

"A política de 'cenoura e porrete' (incentivos e punições) da UE é errada e ilógica, porque tais medidas não resolveriam a questão," disse um porta-voz da chancelaria iraniana. "As sanções não irão parar a atividade nuclear do Irã. As sanções nos tornarão mais decididos a nos tornarmos autossuficientes."

As sanções da UE devem afetar também os setores bancário, de seguros e de transportes, entre outros. O Congresso dos EUA também está discutindo novas sanções unilaterais contra o Irã.

O Irã detém 11% das reservas mundiais conhecidas de petróleo, além da segunda maior reserva mundial. Sanções impostas ao país desde a Revolução Islâmica de 1979 já limitaram o desenvolvimento do seu setor energético, principalmente a sua capacidade de refino.

Teerã diz precisar de cerca de 25 bilhões de dólares por ano em investimentos no setor energético, e a falta de fundos pode transformar o país em importador de combustível.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad, que já havia dito que as sanções da ONU têm o mesmo valor que "um lenço usado," criticou na terça-feira o "comportamento instável" das empresas estrangeiras com relação aos investimentos no setor energético iraniano.

"As grandes potências querem impor seu desejo às outras nações (...). Não precisamos do apoio financeiro desses países," disse Ahmadinejad, segundo a TV estatal.

Negociações

Apesar de já ter aprovado um esboço de sanções suplementares às da ONU contra o Irã, a UE afirmou que a oferta de negociações com o Irã "segue na mesa", destacaram os chanceleres europeus, que insistiram na disposição europeia em conseguir "uma solução negociada".

Neste sentido, a UE anunciou nesta segunda o envio de uma carta ao secretário-geral do conselho de Segurança Nacional iraniano, Saeed Jalili, para propor uma reunião "o mais rápido possível", a fim de discutir o programa nuclear iraniano.

Se finalmente forem aprovadas na quinta-feira pelos líderes da comunidade, as novas sanções que a UE estuda atingirão o setor de energia, haverá mais limitações ao comércio em setores de possível duplo uso civil-militar, mais restrições no setor de transportes e medidas mais restritas em questões de transportes, congelamento de bens e restrições de vistos.

Também estão previstas novas restrições à atividade em território europeu de bancos iranianos.

Sanções

Na semana passada o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã devido ao seu programa nuclear. O documento foi aprovado com 12 votos a favor, uma abstenção (do Líbano) e dois votos contra (Brasil e Turquia).

As novas sanções devem vetar investimentos exteriores iranianos em atividades e instalações relacionadas com a produção de urânio, serão estabelecidas restrições na venda de armas convencionais ao Irã. Além disso, o país será proibido de fabricar mísseis balísticos com capacidade de carregar ogivas nucleares.

Também deve haver novas restrições às operações financeiras e comerciais com o Irã, além do reforço do regime de inspeções das cargas dos navios e aviões iranianos para evitar que burlem o embargo internacional.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página