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12/07/2010 - 09h40

Espanha diz que presos políticos cubanos devem chegar nesta terça ao país

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DE SÃO PAULO
DA FRANCE PRESSE, EM MADRI (ESPANHA)

Uma primeira parte dos 52 presos políticos a serem libertados em Cuba deve chegar à Espanha nesta terça-feira, informou o Ministério de Relações Exteriores espanhol.

Em comunicado, o ministério espanhol disse não saber exatamente quantos presos chegarão no voo comercial que parte de Havana na tarde desta segunda-feira. Eles fazem parte do grupo de 17 prisioneiros libertados nas últimas horas em Cuba. Os outros prisioneiros serão libertados gradualmente, em um prazo máximo de quatro meses.

Raúl Abreu/Efe - 19.mai.10
Imagem mostra primeira reunião entre o líder Raúl Castro e membros da Igreja de Cuba
Imagem mostra primeira reunião entre o líder Raúl Castro e membros da Igreja de Cuba

As autoridades cubanas começaram no sábado passado (10) a libertar este primeiro grupo de presos políticos, que devem partir com suas famílias para Espanha, em um marco do acordo de libertação obtido com mediação da Igreja Católica.

Os presos de vários locais da ilha já foram levados a Combinado del Este, em Havana, para a realização de exames médicos e dos trâmites migratórios.

Familiares de pelo menos cinco presos estão numa unidade militar do Ministério do Interior, em San Antonio de los Baños, sudoeste da capital, e em outras dependências do governo, para os procedimentos migratórios.

Esta é a maior libertação de presos políticos desde que o presidente Raúl Castro assumiu o poder, em fevereiro de 2008, das mãos de seu irmão, ex-ditador Fidel Castro. Fidel liberou 101 presos políticos pouco depois da visita histórica do papa João Paulo 2º à ilha, em 1998.

Na quarta-feira passada (7), a Igreja Católica cubana anunciou que o governo concordou em libertar 52 presos políticos, em uma grande concessão à pressão internacional para melhorar as condições de direitos humanos na ilha.

O anúncio foi feito após recentes diálogos entre o presidente cubano, Raúl Castro, e o líder da Igreja Católica em Cuba, cardeal Jaime Ortega. A Igreja assumiu um papel mais determinante nos assuntos internos da ilha desde maio.

Também veio logo após um encontro entre o chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, com autoridades cubanas na terça-feira (6). Moratinos disse que foi à ilha para oferecer apoio aos esforços da Igreja.

DÚVIDAS

Segundo Laura Pollan, membro do grupo Damas de Branco, até o momento 26 presos foram consultados sobre a possibilidade de ir para a Espanha, dos quais 20 aceitaram a oferta. Segundo ela, não ficou claro se aqueles que querem permanecer em Cuba serão soltos.

Ela disse que os protestos do grupo vão continuar até que Cuba solte todos os outros cerca de cem presos políticos.

Autoridades cubanas ainda não falaram com o marido preso de Pollan, Hector Maceda, sobre mudar-se para a Espanha, mas ela disse que, mesmo que ele decida partir, ela ficará.

17 NOMES

O Arcebispado de Havana anunciou neste sábado que serão 17 os libertados "em breve" que emigrarão para a Espanha. A Igreja ampliou uma lista inicial divulgada na quinta-feira (8), com cinco nomes.

Além de Milán, García Paneque e Pacheco, irão para a Espanha também Antonio Villarreal, Léster González, Ricardo González, Normando Hernández, Omar Ruíz, Julio César Gálvez, Mijail Bárzaga, Arturo Pérez, Jorge Luis González, Manuel Ubals, Alfredo Pulido, Blas Reyes, Ricardo Enrique Silva e José Izquierdo.

Os 52 homens estavam entre 75 dissidentes políticos presos na Primavera Negra de 2003, em uma ação enérgica do governo cubano que prejudicou suas relações diplomáticas. Outros já foram soltos, a maioria por motivos de saúde.

Eles cumprem penas que variam de 13 a 24 anos de prisão por violar as leis cubanas destinadas a conter a oposição, e o que o governo chama de atividades subversivas.

 

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