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29/07/2010 - 14h52

Polícia do Arizona prende manifestantes em marchas contra lei de imigração

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DE SÃO PAULO

Centenas de manifestantes foram às ruas de Phoenix, no Estado americano do Arizona, em um ato de desobediência civil e protesto contra a polêmica lei de imigração que entrou em vigor nesta quinta-feira. A polícia prendeu alguns dos manifestantes e mantém forte vigilância para tentar conter as dezenas de marchas e protestos previstos.

Segundo o site de notícias do Arizona AZCentral, a polícia antidistúrbio estava nas ruas a partir das 10h (14h em Brasília), em formação de corrente e com dezenas de furgões --em antecipação às prisões.

Seth Wenig/AP
Manifestantes ocupam a ponte de Brooklyn, em Nova York, em um dos protestos nacionais contra a lei do Arizona
Manifestantes ocupam a ponte de Brooklyn, em Nova York, em um dos protestos nacionais contra a lei do Arizona

O site diz que uma mulher foi presa por desobediência após ser acusada de empurrar um oficial na Praça Cesar Chavez. Outras três pessoas foram presas do lado de fora da Corte de Phoenix --o ex-legislador estadual Alfredo Gutierrez e dois outros ativistas identificados como Dan O'Neal e Doris Perez.

Os manifestantes, relata o site, bloqueavam algumas ruas --apesar da presença de policiais em todas as esquinas.

Eles chegaram a se reunir na frente do escritório do xerife do Condado de Maricopa, Joe Arpaio, onde gritavam "Xerife Joe, nós estamos aqui. Não viveremos com medo".

Nesta quarta-feira, Arpaio afirmou que continuará a promover batidas contra imigrantes ilegais apesar da sentença judicial federal que bloqueia parte da lei que criminaliza a imigração irregular no Estado.

Arpaio disse que seus agentes realizarão hoje a 17ª operação para a "supressão do crime" desde março de 2008, sem se importar com a sentença federal.

Segundo o gabinete do xerife, as últimas 16 operações detiveram quase mil imigrantes, dos quais 600 estavam em situação ilegal. Desde o final de 2006, segundo ele, as operações policiais detiveram 40 mil imigrantes ilegais.

Arpaio disse que conta com 800 agentes capacitados pelo Departamento de Segurança Nacional americano, três mil voluntários e dois mil oficiais nos centros de detenções.

"A juíza (Susan Bolton) emitiu sua sentença, mas não vai afetar nossas operações. Nada mudou em nossa luta contra a imigração ilegal", disse Arpaio durante uma movimentada entrevista coletiva em seu gabinete em Phoenix.

Ele disse ainda que os protestos serão "uma boa prova" da eficácia da sentença e que seria "surpreendente se (os imigrantes ilegais) comparecerem com semelhante publicidade".

POLÊMICA

A lei SB1070 entrou em vigor sem o artigo que determinava que os policiais deveriam esclarecer o status de quem despertasse suspeitas de ser imigrante ilegal. Críticos dizem que isso seria uma forma institucional de discriminação.

Darren Hauck /Efe
Dezenas de ativistas se reúnem em frente à catedral para protestar contra a lei de imigração do Arizona
Dezenas de ativistas se reúnem em frente à catedral para protestar contra a lei de imigração do Arizona

Caiu também a obrigatoriedade de que os imigrantes andem sempre com documentos, assim como a proibição de que pessoas em situação irregular procurem emprego em lugares públicos.

As medidas foram anuladas pela juíza Susan Bolton, que avalia vários processos apresentados contra a lei. O veto final aos artigos ou mesmo à toda lei deve vir apenas no final da avaliação de todos os processos.

Em sua sentença de 36 páginas, Bolton escreveu que "os Estados Unidos devem sofrer dano irreparável se a corte não coibir preliminarmente a adoção desses artigos [...] e o equilíbrio das equidades se inclina em favor dos Estados Unidos, considerando o interesse público."

A governadora do Arizona, Jan Brewer, disse que vai recorrer à Corte de Apelações para o Nono Circuito para manter o texto original, que tinha grande apoio popular no Estado. O caso pode chegar à Suprema Corte, no que poderia ser uma prolongada batalha judicial.

A Assembleia Legislativa do Arizona, controlada pelos republicanos, aprovou a lei há três meses, num esforço para livrar o Estado de quase 500 mil imigrantes ilegais e reduzir a criminalidade na fronteira com o México. O Departamento de Justiça alegava que a medida avançava sobre a jurisdição federal.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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