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29/07/2010 - 17h41

União de Nações Sul-americanas debate crise Venezuela-Colômbia; entenda o caso

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DE SÃO PAULO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira que rompeu relações com a Colômbia, diante das acusações de que seu país abriga 87 acampamentos com ao menos 1.500 guerrilheiros colombianos.

Há tempos o presidente colombiano, Alvaro Uribe, acusa países da região de servirem de abrigo para chefes das guerrilhas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e Exército de Libertação Nacional (ELN).

Entenda a recente crise entre os dois países:

28 de julho de 2009

-- A Venezuela "congela" todas as relações diplomáticas e comerciais com a Colômbia, em protesto contra um acordo militar entre Bogotá e Washington que permite aos Estados Unidos utilizar bases militares colombianas. Chávez criticou o acordo como uma ameaça à sua soberania, alegando que os EUA se preparavam para invadir o país.

A decisão foi motivada ainda por declarações de Uribe de que várias armas que a Suécia "vendeu à Venezuela apareceram nas mãos" das Farc.

8 de novembro de 2009

-- Chávez pede aos venezuelanos que se preparem para a guerra

13 de novembro de 2009

-- Colômbia entrega à OEA uma carta protesto pelas ameaças bélicas da Venezuela.

25 de novembro de 2009

Venezuela entrega à OEA um documento no qual qualifica o pacto militar dos EUA como "uma ameaça de guerra".

2 de dezembro de 2009

-- Uribe denuncia que a Venezuela mantém um "embargo ilegal" contra o seu país.

22 de fevereiro de 2010

-- Uribe e Chávez batem boca durante a Cúpula do Grupo do Rio, no México.

31 de março de 2010

-- Oito colombianos são detidos na Venezuela e acusados de espionagem.

15 de julho de 2010

--A acusação ganhou novo tom quando Uribe, a semanas do fim de mandato, informou ter evidências, fotos e vídeos, da presença de líderes dos dois grupos no território venezuelano e as divulgou à imprensa.

Segundo um comunicado divulgado por Bogotá, os líderes seriam Ivan Marquez; Rodrigo Granda, conhecido como Ricardo; Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko; e Germán Briceño, conhecido como Grannobles (das Farc); assim como Carlos Marín Guarín, conhecido como Pablito (do ELN).

16 de julho de 2010

-- O governo venezuelano alegou que Uribe "tenta destruir" as relações bilaterais, em um esforço que "empreendeu com doentia obsessão nos últimos anos".

-- No mesmo dia, Caracas convocou seu embaixador em Bogotá, Gustavo Márquez, como resposta às "agressões" colombianas.

-- Horas depois, a Colômbia decide pedir 'o mais breve possível" uma sessão extraordinária da OEA para discutir as suas provas, alegando que já havia feito inúmeros esforços fracassados para a solução do problema por meio do diálogo direto com a Venezuela e com o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

20 de julho de 2010

-- Uribe aproveita seu última discurso como presidente para alertar que 'não pode haver criminosos envolvidos" nas relações com as nações vizinhas. Do outro lado, Chávez brada que Uribe é um mafioso e que está desesperado diante do fim de seu mandato (o seu sucessor, Juan Manuel Santos, ensaiava uma aproximação com Caracas).

21 de julho de 2010

-- Na noite de quarta-feira, horas antes da reunião da OEA, o governo colombiano chamou a consultas a embaixadora de seu país em Caracas, María Luisa Chiappe.

22 de julho de 2010

-- Diante dos países membros da OEA, o embaixador da Colômbia no órgão, Luis Alfonso Hoyos, apresenta vídeos, fotos e testemunhos que provariam que há 87 acampamentos das duas guerrilhas em solo venezuelano e pede que organismos internacionais confirmem as acusações.

-- O embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton, alega que as fotos aéreas mostradas como provas foram tiradas em território colombiano e afirma que Uribe é guiado pelos EUA.

-- Pouco tempo depois, Chávez aparece em TV nacional ao lado do técnico da seleção de futebol argentina, Diego Maradona (leia mais), para anunciar o rompimento das relações. Ele afirma ainda que colocou as fronteiras em alerta máximo e que os venezuelanos são "capazes de morrer defendendo nossa verdade e a dignidade deste país" (veja mais fotos de Maradona com líderes mundiais). A Venezuela dá 72 horas para os diplomatas colombianos deixarem o país.

-- O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse no próximo dia 7, não quis se pronunciar sobre o caso. Seu vice, Angelino Garzón, disse que o novo governo fará "todo possível" para restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela.

-- O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, criticou o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e culpou a instituição pela crise diplomática.

23 de julho de 2010

-- O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, reconheceu que há guerrilheiros colombianos no país, mas negou apoio aos rebeldes e afirmou que as Forças Armadas venezuelanas não apenas combatem a guerrilha, como já entregaram membros capturados à Colômbia.

-- Colômbia estimou perdas diárias de até US$ 2,4 milhões por crise com Venezuela.

-- As conferências episcopais de Colômbia e Venezuela expressaram confiança em poder contribuir para melhorar os laços entre os dois países.

-- O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, se defendeu das críticas do Equador ao assegurar que fez o máximo possível para evitar a reunião da entidade que culminou na ruptura das relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela.

-- Lula disse estranhar a atitude do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de denunciar a Venezuela há poucos dias de encerrar seu mandato.

-- O Equador, que exerce a presidência da Unasul, anunciou uma reunião extraordinária de chanceleres do organismo em Quito, atendendo a um pedido de Caracas.

25 de julho de 2010

-- Chávez diz que quer sinais claros da Colômbia para retomar relações.

-- Chávez suspende viagem a Cuba por temor de "agressão" da Colômbia.

-- O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (25) que seu país apresentará uma proposta de paz à Colômbia na reunião de chanceleres da Unasul.

26 de julho de 2010

-- EUA negam possibilidade de ação militar contra a Venezuela.

-- Em busca de apoio regional, chanceler venezuelano faz um giro por países da América Latina. Ele se reúne com Lula para discutir "uma proposta de paz" entre seu país e a Colômbia.

-- Na ONU, Venezuela se compara ao Iraque, e acusa Colômbia e EUA de preparar guerra.

27 de julho de 2010

-- Chávez envia mais soldados para reforçar fronteira com Colômbia.

-- Chanceler venezuelano insiste em retificação de novo governo da Colômbia.

-- O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, rejeitou a possibilidade de trazer atores internacionais para o processo de paz com a guerrilha Farc, pois isso daria "oxigênio" aos rebeldes.

-- O chanceler colombiano na Unasul, Jaime Bermúdez, recusou de antemão um "plano de paz" que Caracas levará à reunião de chanceleres da Unasul.

28 de julho de 2010

-- Lula pediu "paciência", e disse acreditar em um acordo entre os dois países.

-- O assessor da Presidência brasileira para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil buscará convencer Colômbia e Venezuela a "esfriarem a crise" até a posse do novo presidente colombiano, em 7 de agosto.

-- Ao concluir na Bolívia uma viagem por seis países sul-americanos, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, acusou o presidente da Colômbia de "dinamitar" o futuro diálogo.

29 de julho de 2010

-- Unasul diz que estudará criar comissão para acompanhar crise Colômbia-Venezuela.

-- O presidente colombiano, Álvaro Uribe, disse que "deplora" a referência de Lula à crise de seu país com a Venezuela como "um caso de assuntos pessoais".

-- Lula diz que prefere não comentar a crítica de Uribe.

 

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