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30/07/2010 - 17h16

Emissora deixa tela em preto em protesto contra sequestro de jornalistas no México

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DA FRANCE PRESSE, NO MÉXICO

O canal mexicano Televisa, a maior emissora de língua espanhola, deixou a tela em preto durante uma hora de transmissão de um programa jornalístico na noite de quinta-feira, em protesto pelo sequestro de quatro jornalistas --dois deles desse canal-- por parte do crime organizado.

Sequestradores de quatro jornalistas no México exigem exibição de vídeo na TV
Bandidos sequestram quatro jornalistas mexicanos, diz imprensa

Os jornalistas, um dos quais já foi libertado, foram sequestrados na segunda-feira (26) no Estado de Durango por um grupo criminoso que exige que sejam divulgados três vídeos denunciando a cumplicidade entre autoridades locais e seus inimigos do cartel narcotraficante Zetas.

"Transmitir um programa nessas circunstâncias é impossível e um risco, não apenas para aqueles que permanecem detidos, mas também para todos aqueles para os quais nos dedicamos no exercício jornalístico", disse Denisse Maerker, âncora do programa 'Punto de Partida da Televisa', antes de a tela ficar totalmente preta, quase à meia-noite.

Pouco antes, no canal a cabo Milenio, no qual trabalha outro dos operadores de câmera sequestrados, o âncora do jornal, Ciro Gómez, decidiu ceder seu espaço na apresentação de notícias também em protesto pelo sequestro, e pediu ao governo que assuma sua responsabilidade no caso.

"Um meio de comunicação não é projetado nem equipado para negociar uma tomada de reféns", disse.

O grupo 'Multimedios-Milenio' admitiu na quarta-feira ter transmitido os vídeos em uma transmissão local para a região onde ocorreu o sequestro.

A Sociedade Interamericana de Imprensa pediu nesta sexta-feira ao governo mexicano que atuasse para garantir a vida dos jornalistas que continuam sequestrados: os câmeras Jaime Canales, da Miltimedios-Milenio, e Alejandro Hernández, da Televisa; e o repórter Oscar Solís, do jornal "El Vespertino".

Outro jornalista da Televisa, Héctor Gordoa, libertado na quinta-feira, disse que seus colegas estavam em boas condições de saúde.

Esta é a primeira vez no México que um grupo faz uma exigência aos veículos de imprensa para condicionar a libertação de reféns.

O México, onde ao menos nove jornalistas foram assassinados neste ano, é considerado em vários relatórios internacionais o país mais perigoso para a imprensa no continente.

 

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