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30/07/2010 - 18h14

Chefe da polícia de Pinochet se diz orgulhoso e acusa CIA de matar general Prats

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O general reformado chileno Manuel Contreras Sepúlveda, condenado a mais de 200 anos de prisão em 40 julgamentos por violações dos direitos humanos, afirmou nesta sexta-feira estar "orgulhoso" do que fez à frente da polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet no Chile.

Ele também negou ter ordenado o assassinato do ex-comandante-em-chefe do Exército chileno, Carlos Prats, e atribuiu o crime à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).

"Fui chefe de uma instituição que eliminou o terrorismo no Chile. Estou orgulhoso do que fez a Dina (Direção de Inteligência Nacional)", afirmou Contreras, de 81 anos, entrevistado pela emissora Chilevisión na prisão onde cumpre pena.

"A CIA mandou matar o general Prats", declarou Contreras. O antigo chefe da Dina, polícia secreta do regime militar, acrescentou que "lamenta muito" a morte desse oficial, que foi seu professor na Academia Militar.

Contreras, que recentemente foi condenado a 17 anos de prisão pelo assassinato do general Carlos Prats (opositor de Pinochet) e sua mulher, descartou ter sido agente pago da CIA. "Nunca recebi um centavo da CIA, nem para a DINA nem para mim", assegurou.

Contreras também negou que a Dina tivesse assassinado inocentes. "Nós não matamos ninguém que não fosse terrorista (...) Não mandei matar ninguém. Se havia um terrorista que lutava contra nós, era matar ou morrer (...) Não tenho as mãos manchadas de sangue", sentenciou, dizendo-se "orgulhoso" por ter "eliminado o terrorismo no Chile" .

DITADURA

O regime de Pinochet (1973-1990) deixou 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos. Mais de 550 militares e policiais são processados por esses crimes. Cerca de 200 foram condenados, mas apenas 65 cumprem prisão efetiva.

A Suprema Corte chilena abrandou claramente na quinta-feira a pena pronunciada contra Contreras no caso dos assassinatos de Prats e de sua esposa, mortos na explosão de seu carro em Buenos Aires, onde estavam exilados.

Ele deverá cumprir apenas 17 anos de prisão por este caso, em vez da dupla condenação à prisão perpétua pronunciada em apelação.

Contreras, que sofre de câncer e diabetes, está preso em uma caserna militar e deve cumprir no total 400 anos de prisão por quarenta condenações por violações dos Direitos Humanos durante a ditadura.

Cerca de 560 militares e policiais foram processados por crimes similares. No total, 200 foram condenados, mas somente 65 cumprem efetivamente pena de prisão.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, respondeu hoje ao pedido feito por Contreras durante a reunião, que cumprisse a promessa que fez como candidato de "não eternizar" os processos contra militares, assegurando que seu compromisso com os chilenos é "cumprir e fazer cumprir as leis".

 

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