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03/08/2010 - 22h58

Acusado de roubo, atirador aceitou se demitir antes de matar 8 nos EUA

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DE SÃO PAULO

Um motorista pego roubando cerveja da distribuidora onde trabalhava concordou em renunciar ao emprego nesta terça-feira e, depois, "frio como gelo", segundo uma das vítimas, começou um tiroteio, matando oito pessoas e ferindo duas, antes de cometer suicídio na cidade americana de Manchester (Connecticut).

Mark Mirko/AP
Membros da Equipe de Resposta à Emergência aguardam instruções em área próxima a Hartford Distributors
Membros da Equipe de Resposta à Emergência aguardam instruções em área próxima a Hartford Distributors

Omar Thornton, 34, puxou a arma após uma reunião na qual lhe ofereceram a chance de pedir as contas ou ser demitido. No encontro, seus superiores lhe mostraram provas em vídeo dos roubos, e ele calmamente concordou em se demitir, disse o vice-presidente da empresa, Steve Hollander.

"Aí ele começou o ataque", disse Hollander. "Ele estava indiferente e calmo. Ele não gritou. Ele estava frio como gelo. Ele não protestou quando nos encontramos com ele para mostrar-lhe o vídeo dele roubando. Ele não contestou o vídeo. Ele não reclamou. Ele não discutiu. Ele não admitiu nem negou nada. Ele apenas concordou em demitir-se. E, então, ele inexplicavelmente puxou a arma e começou a atira."

Hollander diz que acredita que o revólver estava escondido em sua marmita. O executivo disse que duas pessoas que estavam de pé perto dele foram baleadas na cabeça e morreram, mas ele foi apenas atingido de raspão no maxilar e no braço.

"Ele atirou em mim duas vezes e me atingiu nas duas. Mas graças a Deus, não sei como ele não me acertou", disse.

ATAQUE

Cerca de 50 a 70 pessoas estavam no local quando começou o tiroteio, às 7h desta terça-feira. Na hora, ocorria a mudança de turno e muitos estavam se dirigindo aos carros no estacionamento, segundo Brett Hollander, diretor de marketing da Hartford Distributors.

Jessica Hill/AP
Funcionários e parentes aguardam informações sobre as vítimas de um atirador que matou oito nos EUA
Funcionários e parentes aguardam informações sobre as vítimas de um atirador que matou oito nos EUA

"Eu estava no telefone com o 911 [emergência] e aí vi ele correndo do lado de fora da janela do meu escritório, atirando, carregando sua marmita, que devia conter sua arma", disse Hollander. "Não parece real para mim agora, parece que eu estava vendo um filme."

O tiroteio terminou em questão de minutos. As vítimas foram encontradas ao redor de todo o complexo, e autoridades dizem que não sabem se Thornton atirou aleatoriamente ou mirou em colegas de trabalho específicos.

Após atirar em seus colegas de trabalho, Thornton ligou para sua mãe, segundo Joanne Hannah, mãe de sua namorada. "Ele queria dizer adeus e que amava a todos", disse ela.

Thornton estava vivo quando a polícia chegou ao local, mas ele se matou antes de ser pego por policiais, disse o chefe de polícia de Manchester, Marc Montminy. Um atirador de elite tinha aprovação para atirar quando ele se matou, disse uma autoridade ligada ao caso, em condição de anonimato.

A namorada de Thornton esteve com ele na noite anterior ao ataque, e disse não ter notado nenhum sinal de que ele estava planejando o crime, segundo a mãe dela.

DISCRIMINAÇÃO

Thornton tinha alegado sofrer assédio racial. "Não tem nada a ver com raça", disse Christopher Roos, do sindicato dos motoristas. "Esse é um funcionário insatisfeito que atirou em um grupo de pessoas."

Mark Mirko/AP
Policiais fazem patrulha do lado de empresa distribuidora de cerveja onde motorista matou oito
Policiais fazem patrulha do lado de empresa distribuidora de cerveja onde motorista matou oito

Joanne Hannah contou ao jornal que sua filha Kristi namorou Thornton por oito anos. Segundo ela, o motorista já havia reclamado aos superiores de que sofria com assédio moral de motivação racial, mas eles não tinham respondido às suas reclamações. Ele disse ter encontrado uma foto de uma forca e um apelido racial escrito em uma parede do banheiro, segundo Hannah.

Brett Hollander garantiu que "nunca houve discriminação racial em nossa empresa".

Um representante do sindicato disse que Thornton não tinha feito denúncia de racismo ao sindicato ou a nenhum agência do governo. James Battaglio, porta-voz das famílias donas da distribuidora de bebidas, disse não ter nenhuma informação imediata sobre as acusações de assédio racial.

COM ASSOCIATED PRESS

 

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