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Exército da Bolívia começa a treinar milícias
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DA REUTERS, EM LA PAZ
Oficiais do Exército boliviano anunciaram nesta sexta-feira o início dos treinamentos de civis para usarem armas de fogo em defesa do país, de forma semelhante ao que já faz o governo socialista da Venezuela.
O presidente boliviano, Evo Morales, diz temer que os Estados Unidos estejam planejando uma invasão do seu miserável país para se apossar dos seus recursos energéticos e naturais, algo que Washington nega.
Morales já tem contado com os militares para tarefas sociais, como distribuição de cestas básicas. Agora, os militares querem que os civis participem da defesa nacional.
"O Estado tem de estar preparado para tudo. Não esqueçamos que temos recursos naturais significativos na Bolívia, e temos de defendê-los, isso não cabe só aos soldados", disse o coronel Boris Checa à TV ATB.
A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, e grandes jazidas de lítio, prata e estanho.
O vice-presidente Álvaro García Linera disse numa entrevista coletiva na quinta-feira que homens e mulheres civis aprenderão a manusear armas. "Nossas Forças Armadas precisam se abrir ... somos obrigados a dar (treinamento) aos cidadãos bolivianos."
A ATB mostrou índios disparando armas ao lado de pessoas fardadas, aparentemente dando instruções. Cerca de 50 pessoas, muitas delas com trajes tradicionais, apareceram fazendo exercícios físicos.
"Essas são atividades de doutrinação que temos com a cidadania ... para que a qualquer momento eles possam efetuar a defesa da nossa nação", disse o coronel Ramiro Siles a uma rádio local.
Morales tem buscado modernizar as Forças Armadas, construindo quartéis e comprando veículos e pequenos aviões caças da China, num esforço para melhorar o moral das tropas.
Na Venezuela, o ex-paraquedista militar Chávez também comanda a formação de milícias para a defesa do país em caso de golpe ou invasão.
A oposição disse nesta semana que o Exército só está treinando pessoas ligadas ao partido Movimento ao Socialismo, de Chávez, e não a população como um todo.
No caso boliviano, Morales tem grande popularidade entre a população indígena, majoritária no país e concentrada no Altiplano. Nas planícies do leste, a minoria mestiça diz temer a implantação de um regime socialista de estilo cubano no país.
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