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12/08/2010 - 08h51

Com mais chuvas, Paquistão emite novo alerta de enchentes

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Paquistão emitiu novo alerta de enchentes diante da previsão de que o nível do rio Indus, o mais longo do país, deve ultrapassar suas barreiras nesta quinta-feira. O país, que já tem ao menos 20% do território sob às águas, enfrenta um desastre humanitário desde que as chuvas de monções começaram há mais de duas semanas.

Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), 14 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes que se espalham pelo país e seis milhões delas são crianças. As estimativas de vítimas variam entre 1.200 e 1.600 mortos.

Akhtar Soomro/Reuters
Ali Mardan leva seus dois burros pelas enchentes na vila de Karampur, no Paquistão; 1.600 morreram
Ali Mardan leva seus dois burros pelas enchentes na vila de Karampur, no Paquistão; 1.600 morreram

O novo alerta inclui várias cidades nas Províncias de Punjab e Sindh e aumentou o desespero dos sobreviventes e das equipes de resgate que enfrentam uma batalha diária para encontrar sobreviventes, resgatar ilhados e levar comida e suprimentos básicos aos desabrigados.

O presidente Asif Ali Zardari, duramente criticado por viajar ao exterior em meio à tragédia, fez sua primeira viagem à região mais afetada nesta quinta-feira.

Os danos nas plantações, estradas e pontes elevaram o preço da comida ao triplo em algumas partes do país. "Nós estamos morrendo de fome", disse Mai Hakeema, 50, sentada ao lado do marido em uma tenda na cidade de Sukkur. "Nós estamos em um jejum forçado e em luto por nossas perdas", completou.

Nesta quarta-feira, a ONU apelou por uma ajuda de US$ 460 milhões para ajuda imediata aos afetados, incluindo abrigo, comida, tratamento médico e água.

"Não cometa erros, esta é uma grande catástrofe", disse o chefe de ajuda humanitária da ONU John Holmes. "Nós temos uma grande tarefa a nossa frente. O número de mortos tem sido relativamente baixo comparado a outros desastres naturais, mas o número de afetados é extraordinariamente alto".

No mesmo dia, militantes do grupo islâmico Taleban paquistanês instaram o governo a rejeitar ajuda de doadores do Ocidente para as vítimas e disseram que o dinheiro será desviado por autoridades corruptas.

'Nós instamos o governo a não aceitar ajuda ocidental", disse um porta-voz do Taleban paquistanês, falando por telefone de local não revelado.

"O governo central e o de Khyber-Pakhtunkhwa estão desesperados para pegá-la, não para entregar às pessoas afetadas, mas para aumentar suas contas bancárias", disse ele, referindo-se à Província mais prejudicada pelas inundações.

CHUVAS

As enchentes provocadas pelas chuvas de monção --que este ano foram mais fortes do que de costume-- continuam a deixar um rastro de destruição no país.

Áreas em torno das barragens de Guddu e Sukkur, na Província de Sindh, permanecem na categoria de 'alto risco de enchentes".

Ijaz Mohammad/AP
Pessoas observam subida do rio de ponte destruída pela força das águas em Bannu, no noroeste do Paquistão
Pessoas observam subida do rio de ponte destruída pela força das águas em Bannu, no noroeste do Paquistão

Dezenas de milhares de pessoas que tiveram que deixar suas casas na região seguem para a cidade de Sukkur, que também está ameaçada pelas águas.

O Centro de Alerta de Enchentes previu que uma grande onda vai atingir a barragem Kotri, na província de Sindh, entre as próximas 24 e 48 horas, ameaçando a cidade de Hyderabad.

Novas enchentes nas áreas de Punjab, acima de Guddu, precipitaram o deslocamento de centenas de milhares de pessoas para áreas mais seguras, em muitos casos pela segunda vez em duas semanas.

Muzaffargarh, uma cidade de 700 mil pessoas, foi totalmente evacuada.

 

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