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12/08/2010 - 15h47

Venezuela e Argentina condenam explosão de carro-bomba na Colômbia

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DE SÃO PAULO

Em reação ao suposto atentado com carro-bomba ocorrido nesta quinta-feira em Bogotá, que deixou ao menos nove feridos, os governos da Venezuela e da Argentina condenaram a ação e expressaram seu apoio ao recém-empossado presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Tanto Caracas quanto Buenos Aires concordaram com Santos que o suposto atentado constitui um ato de terrorismo e ressaltaram que o novo governo, que teve início há apenas cinco dias, não deve se intimidar com a ação.

O governo da Venezuela repudiou nesta quinta-feira de forma enérgica a explosão de um carro-bomba em frente à sede da emissora Caracol, localizada no centro de Bogotá, classificando a ação como "um ato terrorista", além de expressar seu apoio ao governo vizinho.

Através de um comunicado, a Chancelaria venezuelana expressou ainda os votos do presidente Hugo Chávez para que "exista paz nesse país", assim como os desejos "pelo pronto esclarecimento destes lamentáveis fatos".

Ao mesmo tempo, o governo venezuelano --que restabeleceu na terça-feira passada as relações com a gestão de Juan Manuel Santos, após o rompimento dos vínculos em 22 de julho passado-- ainda enviou seu "apoio e solidariedade" ao "povo e ao governo da Colômbia".

Já a Argentina expressou "sua condenação máxima" à explosão. "O governo argentino expressa sua total solidariedade com o povo e o governo da Colômbia e rechaça de maneira categórica as atividades terroristas, que não poderão deter a boa vontade democrática e pacífica das nações da América do Sul", indicou a Chancelaria.

Para a diplomacia argentina o suposto atentado "constitui uma ação de caráter intimidatório, contra as iniciativas anunciadas pelo novo governo colombiano, determinadas a promover a paz e a estabilidade da Colômbia e da região".

REUNIÃO

Horas após a explosão de um carro-bomba que deixou ao menos nove feridos e abalou diversos prédios do centro da capital colombiana, o prefeito de Bogotá anunciou uma reunião de emergência para as 11h locais (13h de Brasília) para averiguar danos, começar as investigações e avaliar medidas de segurança.

O carro-bomba foi detonado às 5h30 no horário local [7h30 em Brasília], em frente aos estúdios da rádio Caracol, deixando ao menos nove feridos, nenhum em estado grave. Não houve mortes, informou a polícia local. Os abalos afetaram ainda escritórios do Bancolombia e da agência de notícias Efe.

O jornal "El Tiempo" informou que o carro era um Chevrolet Swift e citou o general Orlando Paez afirmando que o veículo estava carregado com 50 quilos de explosivos.

Mauricio Dueñas/Efe
Polícia vistoria local de explosão; prefeito de Bogotá convocou reunião de emergência
Polícia vistoria local de explosão; prefeito de Bogotá convocou reunião de emergência

Ainda de acordo com com o jornal colombiano o prefeito da capital, Samuel Moreno, afirmou que a reunião de emergência tem como objetivos principais gerar um informe mais detalhado sobre os danos causados aos imóveis da região, analisar as imagens de câmeras de vigilância que possam dar pistas sobre o suposto atentado, buscar determinar se há uma organização criminosa por trás da explosão e avaliar medidas de segurança para outros meios de comunicação.

O recém-empossado presidente Juan Manuel Santos classificou a ação como um "ato terrorista" e disse que a população não pode se intimidar. Ele foi rapidamente até o local da explosão, onde classificou o suposto atentado como um "ato terrorista" e pediu calma à população.

"Não vamos nos assustar nem intimidar. Não vamos cair nesta armadilha. Nós vamos continuar lutando contra o terrorismo com tudo que temos", disse o presidente somente cinco dias após sua posse no último sábado (7).

Ex-ministro da Defesa, Santos ficou conhecido como um dos mais ferozes combatentes às guerrilhas colombianas, sobretudo as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN (Exército de Libertação Nacional).

William Fernando Martinez/AP
Cinco dias após assumir cargo, presidente da Colômbia disse que carro-bomba não deve intimidar
Cinco dias após assumir cargo, presidente da Colômbia disse que carro-bomba não deve intimidar

"Minha mensagem aos cidadãos de Bogotá é: fiquem calmos, aqui estamos, seguimos com nossa vida normal, porque o que eles querem é gerar medo", acrescentou.

ABALOS

Mais cedo o comandante da polícia de Bogotá César Augusto Pinzón havia confirmado que a explosão ocorrida nesta manhã tinha sido causada
por um carro-bomba.

De acordo com Pinzón os policiais vasculharam os restos do veículo para averiguar a presença de mais explosivos no carro.

"Não se sabe quem dirigia [o carro] e estamos vendo se há mais explosivos", disse.

Os abalos ocorreram minutos antes de jornalistas darem início às transmissões do noticiário matinal. Darío Arizmendi e Érika Fontalvo se preparavam para apresentar o jornal "6 am Hoy por hoy" quando parte dos estúdios veio abaixo.

Autoridades locais pediram que todas as pessoas fossem retiradas do prédio.

Outro carro-bomba explodiu na cidade de Buenaventura, matando nove pessoas e ferindo mais de 50, ainda em março deste ano. A capital Bogotá não havia sido alvo de um carro-bomba desde janeiro de 2009, quando uma explosão em frente a um caixa-eletrônico matou duas pessoas.

AMEAÇAS

Os abalos ocorreram minutos antes de jornalistas darem início às transmissões do noticiário matinal. Darío Arizmendi e Érika Fontalvo se preparavam para apresentar o jornal '6 am Hoy por hoy' quando parte dos estúdios veio abaixo.

A polícia local reiterou que o jornalista Darío Arizmendi já tinha sido alvo de ameaças no passado. A emissora, no entanto, negou ter recebido ameaças recentes.

Efe
Explosão de carro-bomba deixou ao menos nove feridos em Bogotá; Santos falou em "ato terrorista"
Explosão de carro-bomba deixou ao menos nove feridos em Bogotá; Santos falou em "ato terrorista"

Em entrevista à rádio RCN Ricardo Alarcón, o diretor da rádio Caracol, alvo do suposto atentado, disse que não recebeu ameaças recentes. "Nesses meios [de comunicação] estas coisas são cíclicas. Há épocas de amaças e outras de tranquilidade. Estes últimos dias haviam sido mais tranquilos", acrescentou.

A Caracol é uma das principais rádios do país e pertence a um dos maiores e mais influentes conglomerados de mídia da Colômbia.

"Aparentemente sofremos os mesmos danos que todos os vizinhos, em janelas, portas e tetos. Lamentamos muito e ficamos felizes de não termos registrado danos mais sérios às pessoas", sinalizou.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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