Para EUA, ações norte-coreanas visam fortalecer filho de Kim

O secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, disse na quinta-feira que as recentes provocações da Coreia do Norte provavelmente refletem o desejo do filho mais jovem e possível sucessor do ditador Kim Jong-il de se afirmar diante dos militares do país.

Gates disse que a sucessão de Kim, supostamente doente, já está em marcha, e que nesse cenário uma das maiores preocupações é a de que haja mais provocações contra a Coreia do Sul, aliada dos EUA.

Neste ano, a Coreia do Sul acusou o Norte de ter causado o naufrágio de um navio de guerra seu, causando a morte de 46 marinheiros sul-coreanos.

"Tenho uma furtiva suspeita de que o filho de Kim Jong-il, que quer assumir [o poder], tem de conquistar seus galões [distintivos militares] junto aos militares norte-coreanos", disse Gates no Clube Memorial dos Marines dos EUA, em San Francisco.

"Minha preocupação é que isso esteja por trás de provocações, como o naufrágio do Cheonan, então acho que estamos muito preocupados porque isso poderia não ser a única provocação dos norte-coreanos", afirmou Gates, respondendo a uma pergunta sobre as ameaças vindas da Coreia do Norte.

Há um crescente temor entre os militares e os serviços de inteligência dos EUA sobre o comportamento da Coreia do Norte, considerado cada vez mais imprevisível desde o suposto ataque à corveta Cheonan. O governo norte-coreano nega ter afundado a embarcação.

Kim Jong-il aparentemente está tentando encaminhar seu filho mais jovem para sucedê-lo à frente de um do países mais isolados do mundo e detentor de armas nucleares. Dizendo-se ameaçada pelos EUA, a Coreia do Norte diz que não tem opção senão construir um arsenal de dissuasão nuclear.