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Pesquisa aponta rejeição a pacote de Sarkozy para a segurança na França
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DA REUTERS, EM PARIS
Uma estreita maioria dos franceses desaprova os planos do presidente Nicolas Sarkozy para cassar a nacionalidade francesa de criminosos com origem estrangeira, segundo uma pesquisa do instituto CSA divulgada nesta sexta-feira pela revista Marianne.
O resultado contrasta com outra pesquisa, publicada na semana passada pelo jornal "Le Figaro", mostrando um forte apoio popular às medidas, que punem estrangeiros responsáveis por crimes como matar policiais, praticar poligamia ou promover a circuncisão feminina, desde que tenham obtido a cidadania francesa há menos de dez anos.
A Marianne é uma publicação crítica a Sarkozy, que trouxe na capa da semana passada a manchete "O Bandido da República". Já o Figaro é simpático às políticas conservadoras do governo.
A esquerda criticou as novas medidas contra a criminalidade, anunciadas por Sarkozy no mês passado em Grenoble (sudeste), cenário de recentes distúrbios. Um membro do comitê da ONU contra a discriminação racial também condenou o pacote, dizendo que ele pode "incitar ao ódio".
Segundo a pesquisa CSA, 51% dos franceses desaprovam as medidas propostas por Sarkozy, enquanto 46% são favoráveis. Para 69% dos entrevistados, as políticas públicas de combate à criminalidade têm sido ineficazes desde 2002, quando Sarkozy assumiu o controle da segurança interna, na condição de ministro do Interior.
Popular naquele cargo, Sarkozy foi eleito presidente em 2007, mas sua aprovação está em níveis baixíssimos por causa do desemprego, de uma impopular proposta de reforma previdenciária e de um escândalo de doações ilegais para o seu partido. O mandato presidencial vai até 2012 e Sarkozy ainda não decidiu se tentará a reeleição.
Na semana passada, a pesquisa Ifop para o Figaro mostrou apoio de 70% a 80% do eleitorado às medidas. Dias depois, uma pesquisa no "Le Parisien" revelou que a popularidade de Sarkozy havia passado de 32% para 34%.
Mas a pesquisa CSA indica que Sarkozy pode ter mais dificuldades do que se pensava para lucrar politicamente com as medidas. Na opinião de 66%, reduções no contingente policial, ocorridas sob o atual governo, estão agravando a criminalidade. Para 47%, a imigração é um fator relacionado ao aumento dos crimes.
O governo tem apresentado dados mostrando que a criminalidade em geral tem caído desde 2002, mas isso mascara um aumento nos crimes violentos contra pessoas.
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