Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/08/2010 - 07h32

Pressão por ataque militar ao Irã cresce nos Estados Unidos

Publicidade

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

Impulsionado por conservadores, o debate sobre a suposta inevitabilidade de um ataque militar para frear o programa nuclear do Irã voltou a ganhar corpo nos Estados Unidos.

Analistas contrários à ação divergem sobre se o objetivo é de fato forçar o governo Obama a adotá-la ou apenas obter ganhos para a oposição na eleição legislativa de novembro, mostrando o presidente como fraco em segurança nacional. Mas temem que a reverberação do tema "naturalize" a opção da guerra, transformando-a num fato consumado.

A campanha começou logo depois da aprovação da quarta rodada de sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU e da votação de sanções unilaterais pelo Congresso americano.

Obama vendeu-as como uma alternativa à guerra, embora nunca tenha descartado a "opção militar".

Em julho, 47 congressistas apresentaram um projeto que apoia o uso, por Israel, de "todos os meios necessários" contra o Irã, "incluindo a força militar".

A lei tem pouca possibilidade de ser aprovada, por enquanto. Mas sustenta-se sobre argumento análogo ao exposto há dez dias na revista ultraconservadora "Weekly Standard" e na semana passada na "Atlantic".

Um ataque, dizem os artigos, seria para Israel um ato de autodefesa preventiva, já que a possibilidade de o país persa ter a bomba é considerada "ameaça existencial" ao Estado judaico.

Na "Atlantic", o premiê Binyamin Netanyahu disse que a liderança iraniana, um "culto messiânico apocalíptico", não seria sensível a uma política de contenção contra o uso da arma como a adotada contra a antiga União Soviética.
O próprio artigo relativiza o grau da ameaça, com analistas dizendo que o problema é a perspectiva da perda da vantagem estratégica de que Israel desfruta, como único país do Oriente Médio com arsenal nuclear.

Mas diz que há 50% de chances de que os israelenses ataquem em 2011, se concluírem que "Obama não vai, em nenhuma circunstância, atacar o Irã".

O texto provocou reações. Flynt Leverett, ex-funcionário da CIA que defende a normalização das relações entre EUA e Irã, escreveu que sua implicação é a de que os EUA devem agir antes do aliado, já que seriam afetados pelas consequências do bombardeio e teriam mais chances de sucesso.

"Há um clima palpável para a ação militar. O governo diz que uma bomba no Irã é inaceitável, implicando que a contenção não é uma opção", disse à revista "New Yorker" o ex-congressista Lee Hamilton.

A dubiedade da Casa Branca contribui para a incerteza. Os EUA ainda se dizem dispostos a dialogar, mas não responderam à oferta do Irã de voltar a negociar a proposta de troca de urânio endossada por Washington em 2009 e que serviu de base ao acordo mediado por Brasil e Turquia.

NOVAS USINAS

Ontem, Ali Akbar Salehi, vice-presidente do Irã, afirmou que o país mantém o plano de construir dez novas usinas de enriquecimento de urânio.

Segundo Salehi, as usinas serão construídas sob montanhas, justamente para não ficarem vulneráveis a eventuais ataques. A primeira, disse ele, começará a ser construída em março.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página