Três indianos das forças de paz da ONU são mortos no Congo

Três soldados indianos da força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Congo, a Monusco, morreram durante um ataque surpresa contra sua base na região oriental do país.

Ao menos dez soldados da ONU enfrentaram cerca de 50 agressores não identificados, armados com facões, lanças e armas tradicionais.

O ataque ocorreu às 2h na base em Kirumba, na instável Província de Kivu do Norte, no leste do Congo, onde diversos grupos armados estão envolvidos em combate.

O general Philippe Beni, chefe do Estado-Maior da Monusco, disse que outros seis soldados das forças de paz ficaram feridos no ataque.

"Cerca de 50 homens armados saíram da mata. Vieram discretamente durante à noite e então o combate corpo a corpo começou envolvendo dez ou 12 de nossos soldados", disse o general.

Jado Ikosi, ativista de direitos humanos que vive perto de Kirumba, disse que gangues entraram na base depois de matar o guarda com uma lança. Ikosi disse ainda que os criminosos fugiram do local antes da população local acordar e deixaram para trás sapatos e sangue nas cercas.

Desde o início da missão, há dez anos, 34 soldados das forças de paz da ONU morreram no Congo.

A Monusco, maior missão de paz da ONU no mundo, conta com 20 mil soldados, 4.000 deles indianos. A ONU já retirou do país 1.700 militares nos últimos meses, em resposta a pedidos do governo congolês para encerrar a missão no próximo ano.

As tropas de paz continuam oferecendo operações de apoio contra alguns grupos armados no leste do país.

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque e pediu ao governo congolês que lance imediatamente uma investigação sobre o incidente e garanta que os criminosos sejam identificados e julgados.