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França envia mais 130 ciganos de volta para a Romênia
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Na segunda expulsão em menos de 48 horas, o governo francês enviou para a Romênia mais 130 ciganos nesta sexta-feira, após os 86 que concordaram em deixar o país ainda na quinta-feira.
Na quinta-feira dois voos partiram de Lyon com destino à Bucareste e nesta sexta-feira um avião deixou o aeroporto parisiense de Roissy levando os imigrantes à cidade de Tmisoara, também na Romênia.
O governo montou um esquema de retorno voluntário, o que tecnicamente não caracteriza deportação, já que legalmente os imigrantes decidem deixar o país por conta própria.
As pessoas que aceitam a ajuda de retorno voluntário proposto pela França recebem 300 euros por adulto e 100 euros por criança.
Ainda na quarta-feira o ministro francês de Imigração, Eric Besson, anunciaram que no total cerca de 850 imigrantes devem se retirar da França até o final de agosto.
HISTÓRICO
Em 2009, 44 voos deste tipo foram organizados e 10.000 romenos e búlgaros foram levados para seus países, segundo as autoridades francesas que reconhecem, no entanto, que as pessoas expulsas, membros da União Europeia (UE), poderiam voltar à França sem visto e permanecer três meses sem justificação.
Quatrocentas mil pessoas, 95% delas francesas, fazem parte da comunidade cigana na França. O restante é formado por ciganos de origem búlgara, romena e de outros países dos Bálcãs, cujo número aumenta constantemente, segundo o governo.
Calcula-se que haja 15 mil ciganos em situação irregular na França.
A ONU criticou severamente a França por estabelecer uma relação entre imigração e insegurança. Na França, o governo de direita foi acusado pela esquerda de promover um "racismo de Estado".
Romênia e Bulgária, de onde são oriundos os 700 ciganos passíveis de repatriação, tornaram-se membros da União Europeia em 1º de janeiro de 2007.
Ainda na quinta-feira Besson reiterou os planos de repatriação propostos pelo governo.
"Hoje, foram 86 pessoas que deixaram a França como parte de um retorno voluntário: 61 partiram de Lyon, num voo específico fretado pelo escritório francês de imigração e de integração. Outros dez e, depois, 15, foram embarcados em duas aeronaves diferentes deixando Roissy em voos comerciais", detalhou o ministro durante entrevista, após encontro com a ministra americana da Segurança Interna, Janet Napolitano.
Besson acrescentou que 139 pessoas vão deixar Paris nesta sexta-feira em direção à Romênia ou à Bulgária. Em 26 de agosto, serão 160 (os "Roms" que deixarão o território francês), de Paris e de Lyon.
Apesar de posições contraditórias, o governo está convencido de que o tema fortalece Sarkozy frente às eleições presidenciais de 2012, após o desgaste pelo escândalo político-financeiro dos últimos meses, protagonizado pelo ministro do Trabalho, Eric Woerth, e a mulher mais rica da França, herdeira do grupo L'Óreal, Liliane Bettencourt.
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