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24/08/2010 - 20h05

Mineiros tiveram até 48 horas para escapar mas faltou escada, diz ministro chileno

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DE SÃO PAULO
DA FRANCE PRESSE

O governo do Chile afirmou que os 33 trabalhadores presos há 19 dias dentro de uma mina poderiam ter escapado durante as 48 horas após o primeiro desmoronamento de terra.

Isso não aconteceu, porém, por falta de uma escada de emergência no duto de ventilação principal do túnel, disse o ministro chileno das Minas, Laurence Golborne. Deslizamentos posteriores fecharam esse acesso potencial.

Os 33 mineiros estão presos há 19 dias na mina de San José, em Atacama, no Chile, e o resgate deve levar meses. Isolados a 700 metros de profundidade, eles preparam-se para um dos mais longos resgates subterrâneos já registrados. Ontem, os mineradores receberam cartas da família, cantaram o hino nacional do Chile e disseram estar com muita fome.

Veja galeria de fotos do resgate aos mineiros presos no Chile
Presidente do Chile diz que 33 mineiros estão vivos; veja vídeo

Roberto Candia/AP
Familiares e amigos celebram perto da mina onde 33 trabalhadores estão presos; presidente diz que eles estarão a salvo no Natal
Familiares celebram perto da mina onde 33 estão presos; presidente diz que eles estarão a salvo no Natal

ESCAVAÇÕES

Equipes de resgate conseguiram cavar hoje um segundo buraco para manter contato com os trabalhadores. O novo buraco escavado também será usado para manter a ventilação, de acordo com o ministro das Minas chileno, Laurence Golborne.

Andrés Sougarret, que dirige as perfurações, confirmou que uma terceira sonda se aproxima da galeria na qual os mineradores estão, o que permitirá melhorar a comunicação com eles e as condições em que se encontram.

"Agora vamos poder dividir as funções. A primeira sonda vai ser para a entrega de alimentos. A segunda vai ser para nos comunicar-nos permanentemente e queremos que a terceira nos permita melhorar a ventilação", explicou.

Engenheiros também trabalharam para aprimorar a primeira passagem aberta, reforçando as paredes e usando um gel metálico que reduz o risco de rochas bloquearem o caminho.

RESPONSÁVEIS

O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, anunciou que pedirá ao Conselho de Defesa do Estado (CDE), que empreenda ações judiciais para recuperar as despesas que o governo teve na busca e resgate dos operários presos na mina. Os donos da jazida pensam em declarar falência e pedir que o governo se responsabilize pelos salários dos trabalhadores.

arte Folha de S.Paulo/arte Folha de S.Paulo

O governo, segundo Hinzpeter, tomará parte nas ações judiciais empreendidas pelo Ministério Público e fará todos os esforços para que os proprietários da mina assumam suas responsabilidades.

"Não vamos deixar nenhum flanco aberto em matéria legal", disse ele, criticando a atitude dos donos.

O cônsul da Bolívia no Chile, Wálker San Miguel, também foi hoje à mina e visitou os parentes de Carlos Mamani, o operário boliviano que está entre os presos.

O cônsul conversou com os sogros de Mamani, a que transmitiu uma saudação do presidente da Bolívia, Evo Morales.

SOBREVIVÊNCIA

Após sobreviverem dividindo pequenas porções de comida e água que tinham dentro da mina, os homens receberam tabletes de glicose e reidratação para recuperar o sistema digestivo. Cápsulas de oxigênio também foram enviadas pelo buraco de cerca de 15 centímetros de diâmetro, e devem ajudar os mineiros a suportar as condições úmidas e quentes da mina.

De acordo com informações divulgadas pela senadora Isabel Allende, que teve acesso às fichas dos médicos que trabalham na operação de resgate, os 33 homens sobreviveram até este momento com "duas colheres de atum e meio copo de leite a cada dois dias".

Depois que seus estômagos tiverem se ajustado, eles devem passar a receber alimentos, segundo Paola Neuman, da equipes médicas de resgate. Ontem, os homens disseram que estão "com fome, mas passam bem", e pediram que fossem enviadas escovas de dente.

As equipes dizem que manter os mineiros informados e ocupados "faz parte do plano". "Eles precisam entender o que está acontecendo na superfície, e saber que levará várias semanas para que eles sejam resgatados", disse o ministro da Saúde, Jaime Manalich.

Os homens vivem em uma câmara que ficou aberta depois que a mina ruiu. O espaço é suficiente para que eles consigam caminhar. A temperatura no local é de entre 32 e 34 graus.
Paralelamente, os médicos se encarregarão da recuperação física e os psicólogos e psiquiatras darão apoio emocional para que os mineradores suportem o estresse.

Arte Folha

 

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