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25/08/2010 - 13h22

WikiLeaks publica arquivos sobre pedófilo belga e anuncia liberação de dados da CIA

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O site WikiLeaks, que ganhou notoriedade após divulgar dados secretos da Guerra do Afeganistão, publicou mais mil documentos sobre o caso do pedófilo belga Marc Dutroux e anunciou que deve liberar novos dados secretos da CIA, agência de inteligência americana, ainda nesta quarta-feira.

A promotoria de Bruxelas informou que tomará providências para evitar que dados relacionados com a investigação sejam vazados pelo site, conforme noticiado pela televisão pública RTBF.

De acordo com o jornal flamengo "De Morgen", o material foi enviado em 2004 pela revista inglesa "The Sprout" ao cardeal Danneels e ao Vaticano para ver como reagiam. A documentação inclui fotos da autópsia de Julie e Melissa, duas das meninas que Dutroux teria estuprado, assassinado e enterrado no jardim de sua casa.

Dutroux foi preso em 1996 e condenado em 2004 pelo sequestro e estupro de nove jovens e meninas, assim como pelo assassinato de quatro delas e de um cúmplice.

Famoso na Bélgica, o caso Dutroux comoveu o país e evidenciou a desorganização interna do sistema policial belga nos anos 90.

Entre outros documentos estão disponíveis entrevistas feitas pela polícia com o pedófilo após sua detenção em 1996 sobre seus crimes contra meninas e também pelo assassinato de seu cúmplice, Bernard Weinstein.

O procurador-geral de Liège, Cédric Visart, classificou esta publicação como "lamentável", já que entre os documentos há "informações verdadeiras e falsas".

Além disso, Visart demonstrou preocupação e indicou que os documentos deveriam ser mantidos sob sigilo judicial, já que "afetam pessoas contra as quais não se pode provar nada e que agora foram expostas à opinião pública".

Sobre possíveis medidas da Justiça belga contra o WikiLeaks, o procurador-geral da cidade de Liége disse que "às vezes a Justiça é impotente para combater as informações que de tornam públicas desta maneira e não podem ser contidas".

CIA

Em sua conta no Twitter, o site WikiLeaks anunciou possuir diversos documentos secretos da agência de inteligência americana, a CIA, que devem ser liberados ao público ainda nesta quarta-feira.

Ainda na noite de terça-feira um post foi colocado no ar em sua conta com o seguinte texto: "WikiLeaks divulgará dados da CIA amanhã".

Após a divulgação de mais de 70.000 documentos secretos da Guerra do Afeganistão no mês passado, que gerou reações do governo americano, há grandes expectativas em torno do que o site pode divulgar em matéria de dados sigilosos envolvendo operações dos EUA.

MAIS DOCUMENTOS

Ainda no dia 14 de agosto o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, prometera a publicação de mais 15 mil documentos confidenciais sobre a guerra no Afeganistão dentro de duas semanas.

Esses 15 mil documentos integram um pacote de 92 mil documentos confidenciais sobre operações militares no Afeganistão, a maior parte dos quais o site vazou em julho para os jornais "The New York Times" (EUA), "Der Spiegel" (Alemanha) e "The Guardian" (Inglaterra).

"Estes documentos são os que deixamos de lado porque contêm certas designações, o que significa que há mais possibilidades de que contenham informações pessoais", explicou.

"Analisamos 8.000 documentos de 15 mil. Se continuarmos em nosso ritmo atual, deveremos levar duas semanas", declarou Assange em Estocolmo, ao ser questionado sobre a data de publicação dos documentos.

"Todos os documentos serão publicados, mas os textos serão editados para proteger os nomes das partes inocentes que estão sob uma ameaça significativa", disse Assange.

CRÍTICAS

"Estamos preocupados que a publicação dos documentos adicionais possa causar riscos ainda maiores do que os primeiros que foram publicados", disse o coronel David Lapan, porta-voz do Pentágono, quem disse ter "esperança" que a portal não publique os documentos e "coloque mais vidas em risco".

Algumas ONGs, como a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), questionaram a publicação, que para elas poderiam colocar em risco vidas humanas, especialmente de afegãos que colaboram com as forças americanas e internacionais.

"As organizações que se sentem incomodadas com a divulgação de documentos sempre pedem que eles não sejam publicados", lembrou Assange, pouco antes de um seminário organizado pelo Partido Social-Democrata Sueco com o título "A primeira vítima da guerra é a verdade".

"O Wikileaks não será ameaçado nem pelo Pentágono nem por qualquer outro grupo", afirmou o fundador do site.

 

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