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25/08/2010 - 22h00

Violência marca início da campanha eleitoral na Venezuela

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ENRIQUE ANDRÉS PRETEL
DA REUTERS, EM CARACAS

Soldados da Venezuela enfrentaram candidatos da oposição no início da campanha eleitoral legislativa nesta quarta-feira. O pleito será um teste para o presidente Hugo Chávez em meio à recessão e dá maior voz aos críticos.

Soldados da Guarda Nacional, que têm poder de polícia no país sul-americano, usaram gás lacrimogêneo para repelir um grupo de candidatos opositores perto do Parlamento em uma movimentada rua do centro de Caracas, mostraram imagens da TV.

"Estávamos caminhando até a assembleia, iríamos ler um documento, e sem nenhum aviso, a Guarda Nacional começou a lançar gás lacrimogêneo", disse o candidato Stalin González à TV opositora Globovisión.

Mais cedo, partidários de Chávez organizaram comícios e fogos de artifício em Caracas após a meia-noite para dar início à campanha, chamada por ele de "Operação Demolição". O debate pré-campanha tem sido dominado por críticas às políticas do governo no combate às taxas de assassinato.

Num ambiente extremamente polarizado, o governo adverte que uma vitória da "contrarrevolução" eliminaria programas sociais voltados para os pobres. Já os detratores de Chávez querem enfatizar as alarmantes cifras de criminalidade e um escândalo de corrupção numa estatal de alimentos.

CONTINUAÇÃO

Nos últimos cinco anos da atual legislatura, a Assembleia Nacional, dominada pelo chavismo, promoveu mudanças em áreas como sistema financeiro, educação, agricultura e Forças Armadas, aproveitando a ausência dos partidos de oposição, que boicotaram a eleição de 2005, alegando falta de garantias democráticas.

"Não pretendo corrigir os erros do capitalismo, retificar suas assimetrias nem maquiar seu rosto. Nosso dever ineludível é a transformação estrutural de todo o sistema econômico e social da nação ... que começa por mudar parte do ordenamento jurídico", disse Chávez na sua mais recente coluna dominical na imprensa, chamada "As linhas de Chávez."

A votação será também um termômetro do respaldo popular ao presidente com vistas à eleição presidencial de 2012, quando Chávez buscará sua terceira reeleição desde que chegou ao poder, há 11 anos.

Embora seja pouco provável que a oposição faça maioria na Assembleia Nacional, os adversários de Chávez esperam conseguir pelo menos um terço dos deputados, o suficiente para impedir reformas mais ousadas por parte do governo.

Depois de chegar dividida a pleitos anteriores, desta vez a oposição concorrerá com listas unificadas para aproveitar a queda na popularidade de Chávez, que pela primeira vez em cinco anos ficou abaixo de 50 por cento -- num reflexo da insatisfação popular com a inflação, o racionamento elétrico, a criminalidade e os cortes nos programas sociais.

Apesar disso, Chávez continua sendo o político mais popular do país, e o seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) conta com amplos recursos humanos e materiais para as quatro semanas de campanha.

 

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