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México autoriza repatriação ao Equador do único sobrevivente de chacina
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo do México autorizou nesta segunda-feira a saída do país do equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, único sobrevivente da chacina que deixou 72 imigrantes ilegais mortos, entre eles ao menos dois brasileiros, em San Fernando, perto da fronteira com os Estados Unidos.
Pomavilla foi ferido na garganta ao ser baleado pelos autores da chacina, que ele atribuiu ao cartel Los Zetas, grupo envolvido com o narcotráfico. Após se fingir de morto, ele conseguiu escapar do local e avisar às autoridades. Após um confronto entre tropas mexicanas e um grupo armado, as autoridades encontraram o rancho onde havia 72 corpos.
Segundo o subsecretário de Assuntos Consulares da Chancelaria de Quito, Leonardo Carrión, em entrevista à rádio Sonorama, Pomavilla recebeu alta do hospital. Ele deve voltar ao Equador "em meio a uma segurança especial".
"Está se coordenando com as autoridades mexicanas para que um avião nosso o traga de volta ao Equador nos próximos dias", disse Carrión, sem especificar a data.
Carrión disse que Pomavilla já não está no Estado mexicano de Tamaulipas, onde ocorreu a chacina.
Embora já tenha recebido alta, ele permanece em um hospital da Marinha, num local não revelado. Ele deve receber ainda "tratamento ambulatório longo, reconstrução da mandíbula e cura das feridas", segundo o subsecretário.
Pomavilla pode ainda ser convocado nos próximos meses para ajudar nas investigações da chacina e disse que, caso isso aconteça, o equatoriano viajará "sob proteção especial ao México para depor".
BRASILEIROS
Os dois brasileiros identificados entre os 72 imigrantes ilegais mortos na chacina moravam em cidades vizinhas a Governador Valadares (MG), região do Estado conhecida por ser uma das principais exportadoras de mão de obra brasileira para os Estados Unidos.
Juliard Aires Fernandes, 20, era de Santa Efigênia de Minas --com cerca de 4.500 moradores-- e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, de Sardoá --cerca de 5.500. As duas localidades ficam a 10 km de distância.
Tanto Juliard quanto Hermínio são de pequenas propriedades rurais distantes do centro dos municípios.
Amigos e parentes ouvidos pela Folha dizem que os dois deixaram o Brasil há cerca de um mês e, desde então, não haviam mais entrado em contato avisando onde estavam. A intenção dos dois, afirmam, era migrar para os Estados Unidos.
MASSACRE
A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos na última terça-feira (24), em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os EUA.
O jovem equatoriano teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos.
Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.
A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.
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