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Tony Blair cancela sessão de autógrafos em Londres após ataques em Dublin
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair cancelou nesta segunda-feira uma sessão de autógrafos prevista para quarta-feira (8), em Londres, no Reino Unido, depois dos incidentes registrados em sua aparição no sábado em Dublin --onde foi recebido com uma chuva de ovos e sapatos.
"Eu decidi não seguir adiante com a sessão de autógrafos já que não quero que o público seja perturbado pelos manifestantes", disse Blair, em comunicado postado em seu site.
"Eu sei que a polícia metropolitana teria feito, como sempre, um trabalho soberbo em gerenciar qualquer distúrbio, mas eu não quero impor um fardo extra à polícia apenas por uma sessão de autógrafos", disse.
Leon Neal/AFP |
Ex-premiê britânico Tony Blair lança polêmico livro de memórias, com duras críticas a George W. Bush e Gordon Brown |
O ex-primeiro-ministro trabalhista (1997-2007) tinha previsto dar autógrafos numa livraria do centro de Londres no lançamento de seu novo livro de memórias, intitulado "A Journey" ("Uma Jornada"), no qual defende a controvertida invasão do Iraque em 2003.
Na sessão de autógrafos de sábado, em Dublin, manifestantes tentaram acertar Blair com vários objetos, como sapatos, ovos e até garrafas. Quase 200 pessoas se reuniram na manhã deste sábado diante de uma livraria do centro da capital irlandesa em que estava programada uma sessão de autógrafos.
"Blair mentiu, milhões de pessoas morreram. Mandem-no para a prisão por genocídio", afirmavam algumas faixas exibidas pelos manifestantes.
Uma militante conseguiu escapar do cordão de isolamento policial e entrou na livraria para efetuar a "detenção cidadã" do ex-primeiro-ministro. Na teoria, a lei irlandesa autoriza uma pessoa sem autoridade policial a prender alguém que tenha cometido um crime, embora isso quase nunca ocorra.
"Disse a ele que estava aqui para detê-lo por crimes de guerra no Iraque. Blair baixou a cabeça e depois cinco agentes de segurança me agarraram e me levaram para fora", contou em um comunicado Kate O'Sullivan, militante de um movimento pró-palestino.
Algumas pessoas foram detidas, segundo a polícia irlandesa.
Na autobiografia, que já está na lista de livros mais vendidos, Tony Blair defende mais uma vez a decisão de ter comprometido, em 2003, seu país na guerra contra o Iraque.
Centenas de pessoas fizeram fila para que autografasse um exemplar de seu livro. "Queria vê-lo, é um dos mais importantes líderes de sua geração", declarou à AFP Killian Kiely, de 21 anos.
Figura polêmica em seu país, o ex-chefe de Governo mantém uma boa imagem na Irlanda por ter impulsionado a assinatura dos acordos de paz de 1998 no Ulster. Um grupo foi criado no site de relacionamentos Facebook pedindo aos opositores que tirem o livro de Blair da seção "autobiografia" para colocá-lo nas prateleiras "Crime".
O ex-líder-trabalhista prometeu reverter todos os direitos autorais para uma organização de assistência a militares, com um adiantamento de 4,6 milhões de libras.
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