Espanha quer reforçar presença europeia no processo de paz no Oriente Médio

O chanceler da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, disse nesta sexta-feira que pretende viajar ao Oriente Médio para ajudar os esforços internacionais em busca de uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos.

Em declaração concedida na sua chegada a uma reunião informal de ministros do Exterior de países da União Europeia (UE), Moratinos indicou que é provável que a viagem aconteça depois da Assembleia Geral da (ONU (Organização das Nações Unidas), que começa no próximo dia 14 em Nova York.

O ministro informou que na última reunião com seu colega francês, Bernard Kouchner, foi acertada a necessidade de viajar à região; enquanto o titular italiano, Franco Frattini, lançou a iniciativa de uma visita à faixa de Gaza.

"Esta visita está pendente e a realizaremos para acompanhar os esforços norte-americanos (de mediação), mas também para defender os interesses europeus na região", acrescentou Moratinos.

A chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, diminuiu a importância de não ter estado presente na cúpula que, no último dia 2, em Washington, marcou o reatamento das conversas diretas entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina.

Catherine disse que a UE tem "um papel muito forte e claro", mas destacou que não foi a Washington porque, "em vez de estar na segunda fileira" nessa cúpula, estava em viagem pela China, durante a qual se reuniu com os principais responsáveis do Governo de Pequim.

Catherine acrescentou que mantém contatos regulares com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton; com o enviado especial de Washington para o Oriente Médio, George Mitchell, e com os dirigentes israelenses e palestinos.

O ministro de Exterior finlandês, Alexander Stubb, manifestou que "não fazia sentido" que Catherine viajasse a Washington para estar "na segunda fileira" quando já havia uma "primeira fileira" à frente das negociações.

"A alta representante fez o correto, já que a cada dia Ashton é aguardada em 50 lugares diferentes", acrescentou Stubb.

ALCORÃO

Ainda na reunião ministerial em Bruxelas, Moratinos declarou que a ameaça do pastor americano Terry Jones de queimar 200 cópias do Alcorão "preocupou a todos na União Europeia".

Moratinos disse que "a reação unânime contra o plano" demonstra que "somente através do respeito e do diálogo com outras culturas e civilizações poderemos resolver problemas e crises".

Em declarações feitas em uma reunião informal de ministros de Exteriores da União Europeia, Moratinos disse que a Espanha, como promotor da Aliança de Civilizações, "deve combater toda atuação ou intenção de atuação deste tipo de manifestação".