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23/09/2010 - 18h49

Na ONU, presidente do Irã diz que 11/9 foi farsa; EUA chamam teoria de "repugnante"

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A delegação americana na ONU (Organização das Nações Unidas) classificou como "repugnante" a teoria do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que os ataques de 11 de Setembro podem ter sido uma farsa apoiada pelo próprio governo dos Estados Unidos.

Em seu discurso a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Ahmadinejad explicou que há três teorias sobre os ataques de 11 de Setembro --e os americanos saíram da sala antes de ouvir a terceira delas.

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Mike Segar/Reuters
Presidente iraniano, Mahmoud Ahmnadinejad, discursa na ONU; declarações sobre o 11/9 causam polêmica
Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, discursa na ONU; declarações sobre os ataques de 11/9 causam polêmica

A primeira: que um "grupo terrorista poderoso e complexo" conseguiu passar pelo sistemas de inteligência e segurança dos EUA. A segunda: "que alguns segmentos dentro do governo dos EUA orquestraram o ataque para reverter o declínio da economia americana e seu controle no Oriente Médio, também para salvar o regime sionista" --segundo o iraniano, "a maioria do povo americano, bem como de outras nações, e políticos concordam com essa visão".

Nesse momento, os americanos se levantaram e deixaram o auditório sem ouvir a terceira teoria, de que o ataque foi obra de "um grupo terrorista, mas que o governo americano apoiou e tirou vantagem da situação". Várias delegações europeias também saíram. Um diplomata europeu disse que as delegações europeias deixaram a sala em solidariedade aos EUA.

"Em vez de representar as aspirações e a boa vontade do povo iraniano, o senhor Ahmadinejad novamente escolheu declamar teorias conspiratórias repugnantes e calúnias antisemitas, que são tão detestáveis e ilusórias quanto previsíveis", afirmou o porta-voz da missão americana da ONU, Mark Kornblau, em comunicado logo após as declarações polêmicas do iraniano.

MAIS POLÊMICA

Em seu discurso, ele criticou ainda o sistema capitalista, defendeu o direito dos palestinos "exercerem sua soberania e escolherem seus líderes" e comentou a questão nuclear.

Andrew Gombert/Efe
Representantes americanos deixam sala em protesto durante discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na ONU
Representantes americanos deixam sala em protesto durante discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na ONU

"Foi dito que as potências querem pressionar o Irã para o diálogo, mas o Irã sempre esteve pronto para o diálogo", disse o iraniano, que citou ainda a iniciativa de Brasil e Turquia para se chegar a um acordo de troca de combustíveis nucleares, que "recebeu uma reação inapropriada das potências".

Ahmadinejad defendeu a reforma da ONU "para que todos os países possam participar", e criticou a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança, como instituições monopolizadas pelas grandes potências. Ainda criticou a figura do secretário-geral da ONU, dizendo que deveria ser independente e não sofrer pressão.

O polêmico presidente ainda citou as ameaças de queimar o Alcorão, planejadas por uma pequena igreja americana na Flórida para marcar o aniversário do 11/9. Apesar de a igreja ter voltado atrás, deu origem a vários vídeos de pessoas queimando o livro sagrado muçulmano, publicados na internet e divulgados no mundo muçulmano.

"Muito recentemente o mundo testemunhou o ato feio e desumano de queimar o sagrado Alcorão", disse Ahmadinejad.

Ele rapidamente citou as quatro rodadas de sanções impostas ao país pelas Nações Unidas por causa de seu programa nuclear. Segundo Ahmadinejad, alguns membros do Conselho de Segurança da ONU "igualaram energia nuclear com bombas nucleares".

Também acusou os EUA de construir um arsenal nuclear em vez de se desarmar, e reiterou seu pedido para um mundo livre de armas nucleares.

"A bomba nuclear é a pior arma desumana e que deve ser totalmente eliminada. O TNP [Tratado de Não Proliferação] proíbe seu desenvolvimento e estoquem e pede o desarmamento nuclear", lembrou Ahmadinejad.

 

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