Raro diálogo militar entre as Coreias termina sem avanços

O primeiro diálogo militar entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte desde 2008 terminou nesta quinta-feira sem avanços em seu objetivo de reduzir a tensão na península.

Seul exigiu um pedido de desculpas de Pyongyang pelo naufrágio do navio de guerra Cheonan, que matou 46 marinheiros sul-coreanos em 26 de março deste ano, informou a agência sul-coreana Yonhap. Uma investigação sul-coreana indica que o naufrágio do navio foi causado por um ataque de torpedo norte-coreano, acusação que Pyongyang nega.

A Coreia do Norte propôs o encontro principalmente para discutir a fronteira marítima ocidental, definida pela ONU (Organização das Nações Unidas) no final da Guerra da Coreia (1950-53) e motivo de frequente tensão entre os dois países. Seul recusou repetidamente os pedidos de Pyongyang para mudar essa fronteira.

O Ministério da Defesa sul-coreano confirmou o fim das discussões, mas sem revelar detalhes.

Os negociadores não conseguiram nem ao menos chegar a um acordo sobre uma data para uma nova reunião, segundo a Yonhap.

As últimas conversas foram mantidas em outubro de 2008.

Incidentes marítimos envolvendo barcos de pesca ou mercantes acontecem com frequência na península coreana. Embora a maioria se resolva pacificamente, houve conflitos com mortes em 1999, 2002 e 2009. Em julho do ano passado, a Coreia do Norte deteve quatro pescadores sul-coreanos por um mês.

A reunião foi feita um dia depois de Pyongyang defender ainda o fortalecimento de seu arsenal nuclear em resposta ao que chamou de ameaças dos EUA. Também ocorre na sequência da reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, que deu início, ao que tudo indica, ao processo de sucessão do líder Kim Jong-il.