Chefe da Otan pede desculpas por ataque que matou soldados paquistaneses

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, foi a público nesta segunda-feira para pedir desculpas pelo ataque de helicópteros que matou três soldados paquistaneses na semana passada.

O Paquistão protestou publicamente contra a invasão do território e bloqueou há cinco dias a crucial rota de passagem dos caminhões com suprimentos para as tropas internacionais no vizinho Afeganistão.

"Lamento o incidente da semana passada, na qual perderam a vida soldados paquistaneses", disse Rasmussen, após uma reunião na sede da Aliança em Bruxelas com o ministro paquistanês das Relações Exteriores, Shah Mehmood Qureshi. "Expresso meus pêsames às famílias. Evidentemente, este incidente não foi intencional".

Em seguida, o secretário-geral expressou sua "esperança de que a fronteira seja aberta para [o transporte] de mantimentos o mais rápido possível", um pedido que Qureshi "se comprometeu a estudar".

O pedido de desculpas veio após o quarto ataque em apenas três dias contra caminhões de suprimentos da Otan no Paquistão, em ações reivindicadas pelo Taleban paquistanês.

"Nós continuaremos estes ataques por todo o país para vingar os ataques com aviões não tripulados e ataques das forças estrangeiras dentro do território paquistanês", disse o porta-voz dos militantes Azam Tariq.

O Paquistão disse oficialmente que a fronteira foi fechada por questões de segurança e a ameaça de mais ataques do Taleban deve prolongar este bloqueio --o que consequentemente prejudica as relações entre Islamabad e Washington, que ampliou recentemente o valor da ajuda ao país.

Cerca de 50% dos suprimentos não letais das tropas ocidentais no Afeganistão passam pelo território paquistanês, o que coloca o país no centro da estratégia americana de combate ao Taleban.