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04/10/2010 - 19h23

No Paraguai, senador diz que presidente Lugo deve se licenciar para tratar câncer

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um senador paraguaio de oposição ao presidente Fernando Lugo pediu nesta segunda-feira que ele solicite ao menos três meses de licença para tratar um câncer no sistema linfático, embora o líder tenha afirmado que está em condições de continuar no poder e que a governabilidade está "garantida".

Lugo enfrenta um câncer linfático, mas sofreu uma trombose, que o obrigou a ser levado com urgência no sábado ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde continua seu tratamento, com alta prevista para a próxima quarta-feira.

O senador liberal Alfredo Jaeggli, cujo partido pertence à aliança governista mas atua com distância deste grupo, considera Lugo como "um inimigo que vai nos enterrar", segundo declarou em setembro ao jornal ABC.

Durante uma sessão no Parlamento em julho, Jaeggli interrompeu o discurso do presidente várias vezes tocando uma corneta e lhe mostrando um cartão vermelho por ser "um mentiroso".

"Não podemos estar em um limbo, alguém tem que governar o país", afirmou o senador, ao fazer referência às viagens frequentes do mandatário, que num intervalo de dois meses foi internado seis vezes, no Brasil e no Paraguai.

"Lugo não poderia governar com um problema assim, não apenas físico, mas também psíquico", acrescentou o senador, falando sobre o impacto da grave doença na função presidencial.

O legislador afirmou que propôs a licença de Lugo à mesa-diretora do Senado. Embora esta solicitação não tenha surtido muito efeito, ele esclareceu que após a próxima quarta-feira, quando o líder do país deverá retornar, poderia apresentar um projeto de lei sobre o tema.

AUSÊNCIA

Nesta segunda-feira terminam os cinco dias de permissão que o presidente pediu para se ausentar do país, que é também o prazo máximo autorizado pela Constituição. "Se Lugo estender sua licença para além desta data, vou apresentar um projeto de lei para regulamentar o artigo 233 da Constituição", afirmou Jaeggli.

Tal artigo prevê que em casos de ausências, o presidente ou quem o estiver substituindo no cargo, não poderá ausentar-se do país sem aviso prévio ao Congresso e à Corte Suprema de Justiça. Caso essa saída dure mais de cinco dias, será necessária a autorização do Senado.

O senador Amancio López, também opositor, afirmou que o presidente deve escolher "entre a saúde e o poder" e esclarecer se está em condições de governar. Nos bastidores do governo, essas opiniões e propostas não caíram bem.

O ministro da Justiça e do Trabalho, Humberto Blasco, considerou como "fora de lugar" este tipo de sugestão, afirmando que especular sobre a saúde do presidente era um ato "prematuro e perverso", além de "mórbido e oportunista".

Lugo falou nesta segunda-feira de São Paulo à Radio Nacional del Paraguay e afirmou estar "de novo radiante para retomar quanto antes minhas atividades".

O presidente também assegurou que a governabilidade está "garantida" e que "a institucionalidade está se fortalecendo", em alusão ao diálogo que iniciou recentemente com diversos partidos políticos do país.

Por sua vez, o médico Alfredo Boccia, que acompanha o presidente, disse que ele recuperou seu estado de saúde anterior à trombose, que o atingiu na sexta-feira passada. Segundo o especialista as defesas de Lugo também aumentaram e, após uma queda para 3.000 glóbulos brancos, um novo exame indicou mais de 5.000 no momento.

 

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