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Agência divulga áudio em que policiais demonstram intenção de matar Correa; ouça
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DE SÃO PAULO
A agência de notícias Andes publicou nesta terça-feira um áudio, de autenticidade não comprovada, que mostra policiais equatorianos rebelados com a intenção de matar o presidente Rafael Correa, que no dia do motim (30) chegou a ficar 12 horas sitiado em um hospital da capital, Quito.
Na gravação, supostamente feita no momento mais crítico da crise da última quinta-feira, são ouvidos gritos de "matem o presidente", "matem Correa", "o homem não sai hoje", "disparem", entre outras palavras de ordem que indicariam a intenção de assassinar o mandatário equatoriano.
Ouça o áudio:
A rebelião teve origem com a ratificação, um dia antes, de uma lei que reforma o sistema de pensões e bonificações da Polícia Nacional, e ao menos uma facção militar apoiou os grupos policiais sublevados. As cúpulas das corporações, no entanto, manifestaram apoio a Correa.
O presidente, que chegou a ser atingido por bombas de gás lacrimogêneo, teve de ser resgatado por um esquadrão de elite da própria polícia para deixar o hospital em que se encontrava cercado pelos manifestantes -- momento no qual teria sido feita a gravação.
Ontem, o governo cedeu aos policiais e aprovou aumento de salários para quatro patentes da polícia e das Forças Armadas, além de prometer reavaliar a lei que provocou os protestos.
ESTADO DE EXCEÇÃO
A pedido da Assembleia Nacional, que suspendeu a retomada de suas atividades nesta terça-feira alegando "falta de garantias" para legislar, o presidente do Equador, Rafael Correa, decidiu prolongar o estado de exceção no país até sexta-feira (8). A medida ocorre dias após a rebelião que deixou ao menos oito mortos e trouxe o caos ao país.
A atividade dos parlamentares está suspensa desde quinta-feira, quando um grupo de policiais se insubordinou em protesto a um corte de benefícios econômicos e lançou o país no caos por algumas horas, chegando em colocar em risco a vida do próprio presidente.
A polícia retomou suas atividades na terça-feira, embora as Forças Armadas continuem patrulhando as ruas do país.
O Equador substitui nesta terça-feira os policiais que fazem a guarda da Assembleia Nacional por militares, depois que grupos da Polícia Nacional e ao menos uma facção das Forças Armadas promoveram um motim contra o presidente Rafael Correa na semana passada.
Durante os protestos, a sede do Congresso equatoriano chegou a ser tomada por policiais revoltados com a ratificação de uma lei que altera o regime de promoções e bonificações.
ISOLADO
Na última quinta-feira (30), o presidente ficou isolado em um hospital por quase 12 horas e só foi liberado no início da madrugada de sexta.
Para levá-lo de volta ao palácio presidencial, o Exército do Equador e policiais rebelados entraram em confronto e houve troca de tiros.
Em discurso após ser resgatado, Correa afirmou que fará uma "limpeza profunda na Polícia Nacional"e que "não haverá perdão, nem esquecimentos".
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, disse acreditar "firmemente" que os EUA não estiveram por trás dos protestos, como chegaram a afirmar os governos de Venezuela e Bolívia, mas que não estranharia se "grupos de poder" americanos estiverem.
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