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Espanha diz não ver relação entre Venezuela e treinamento do ETA
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DA REUTERS, EM MADRI
A Espanha explicou nesta terça-feira que o fato de supostos membros do grupo separatista basco ETA terem declarado que foram treinados na Venezuela não denota uma relação entre o governo do presidente Hugo Chávez e esses exercícios militares.
O ministro do Interior do país europeu, Alfredo Pérez Rubalcaba, fez essa declaração logo depois que Chávez refutou e desmentiu qualquer vínculo com aquele grupo armado, além de ter criticado veementemente essa organização.
O treinamento de membros do ETA na Venezuela "não quer dizer que o governo venezuelano tenha tido alguma relação com essas operações militares... não há nada que possa colocar isso sob suspeita", declarou Rubalcaba à imprensa.
"Para o ETA, a Venezuela, durante algum tempo, foi um certo respiro... mas, insisto, de um tempo para cá, as coisas tem melhorado", acrescentou o ministro.
Logo depois de divulgado um processo na Justiça espanhola, que citava declarações de Juan Carlos Besance e Xabier Atristain, a Espanha pediu na segunda-feira informações à Venezuela.
Os dois sustentavam que haviam sido treinados em território venezuelano depois de terem recebido cursos de formação na França. Besance e Atristain se encontram sob prisão provisória por portarem explosivos e armas e por fazerem parte da organização terrorista.
POLÊMICA
As autoridades venezuelanas minimizaram as declarações dos supostos membros do ETA, aos quais os classificou de "criminais e sanguinários desprovidos de qualidade moral e humana".
O embaixador da Venezuela na Espanha, Julián Rodríguez, afirmou que as declarações dos detidos poderiam ser desconsideradas em um tribunal e não tinham credibilidade.
Rodríguez disse ainda duvidar de que as afirmações dos presos tivessem sido "totalmente voluntárias", o que provocou protestos do principal partido de oposição da Espanha, o Partido Popular, que considerou que as palavras do embaixador questionavam a integridade das forças de segurança da nação europeia e do tratamento dado aos detidos.
O suposto vínculo do ETA com a Venezuela já provocou uma crise diplomática entre Madri e Caracas em março, quando o juiz espanhol Eloy Velasco acusou, em um processo, o governo Chávez de cooperar para que o grupo separatista basco e a guerrilha colombiana das Farc operassem em seu território.
De acordo com esse processo, em 2007, membros do ETA teriam sido escoltados por um militar venezuelano a um lugar da selva, onde teriam recebido cursos de manuseio de explosivos de integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
O ETA e as Farc estão em uma lista de organizações terroristas da União Europeia, e ambos os grupos têm mantido "relações coordenadas" ao longo de sua história para "alguns de seus objetivos ilícitos", ainda de acordo com esse processo.
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