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Ban Ki-moon diz que Nobel reconhece consenso mundial sobre direitos humanos
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DA EFE
DE SÃO PAULO
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que a concessão do Prêmio Nobel da Paz 2010 ao dissidente chinês Liu Xiaobo é um reconhecimento da existência de "um consenso internacional" sobre a defesa dos direitos humanos.
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Por meio de uma declaração lida por seu porta-voz, Martin Nesirky, o principal responsável pela organização multilateral defendeu de maneira consistente a "importância dos direitos humanos, do desenvolvimento, da paz e da segurança" como pilares do trabalho das Nações Unidas.
Ban também destacou que a China alcançou "um notável" progresso econômico nos últimos anos, com milhões de pessoas deixando a pobreza, e ampliou o espaço de participação política, aderindo de maneira constante às práticas e instrumentos relacionados aos direitos humanos.
"O secretário-geral expressa suas sinceras esperanças de que qualquer discordância a respeito desta decisão não diminua o valor dos avanços conquistados na agenda global de direitos humanos e do alto prestígio e poder de inspiração do prêmio", acrescentou Nesirky.
O governo chinês condenou a decisão do Instituto Nobel de entregar o prêmio a alguém que considera "um delinquente" e assegurou que a escolha afetará suas relações com a Noruega, sede da premiação.
Liu Xiaobo, 54, cumpre o terceiro dos 11 anos de prisão aos quais foi condenado por "subversão contra o Estado", em punição à autoria da "Carta 08", um manifesto que pedia reformas democráticas na China.
ISOLADO
O dissidente chinês Liu Xiaobo, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, não sabe que recebeu a homenagem porque está incomunicável na prisão de Jinzhou, em Liaoning, 480 quilômetros ao noroeste de Pequim, onde cumpre pena de 11 anos por suas atividades em defesa da democracia no país. As informações foram divulgadas pelos seus advogados, Mo Shaoping e Pu Zhiqiang.
AP |
O dissidente chinês Liu Xiaobo, que ganhou Prêmio Nobel da Paz; segundo advogados, ele está incomunicável na prisão |
"Liu não sabe nada a respeito do prêmio. Neste momento, ninguém, nem mesmo seus advogados, pode ter contato com ele. Será preciso aguardar até a visita mensal que ele recebe da sua mulher, Liu Xia, com quem também não tem permissão para se comunicar por enquanto", disse Mo.
Seu outro advogado, Pu, acrescentou: "Ouvi dizer que Xia está sendo impedida de sair de casa, estou tentando falar com ela. Tenho certeza de que Liu Xiaobo não sabe nada sobre o prêmio, sua mulher deve informá-lo em sua próxima visita a ele na cadeia".
No entanto, ambos os advogados expressaram alegria com a premiação. "Estou muito contente", disse Pu, cuja amizade com o Prêmio Nobel da Paz começou em 15 de maio de 1989, quando ambos se conheceram nas manifestações pró-democráticas de estudantes na praça de Tiananmen. Em 4 de junho do mesmo ano, os protestos se encerraram com um massacre por parte do Exército.
"Gostaria de expressar minhas felicitações à sua mulher e a todas as pessoas que trabalham pela democracia na China. Creio que o prêmio irá ajudar no progresso da democracia em meu país", acrescentou Pu.
Mo também se disse muito contente com o prêmio. "É um orgulho para todos que Liu tenha ganhado o prêmio. Agora é um chinês que vive na China, e não um exiliado (como o líder espiritual tibetano dalai lama e o escritor Gao Xingjian, Nobel de Literatura em 2000) que recebeu o prêmio", disse ele.
OBAMA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama --que recebeu o Nobel da Paz em 2009-- felicitou Xiaobo pelo prêmio, destacando seus "sacrifícios" em nome da liberdade, e pediu ao governo chinês que o liberte rapidamente.
As declarações de Obama chegam horas depois de o dissidente político, atualmente preso na China, ter recebido o prêmio do Comitê Nobel, com sede na Noruega.
Em comunicado, Obama indicou que Liu "sacrificou sua liberdade em função de suas crenças" e é "um eloquente e corajoso porta-voz do avanço dos valores universais através de meios pacíficos e não violentos".
O presidente americano lembrou ainda que a China fez dramáticos avanços em outros setores, mas que "este prêmio nos lembra que a reforma política não tem o mesmo ritmo".
"Nos últimos 30 anos, a China fez bastante progresso na reforma econômica e melhorou a vida de seu povo, tirando centenas de milhões de pessoas da pobreza, mas este prêmio nos lembra que a reforma política não manteve o mesmo ritmo, e que os direitos humanos básicos de cada homem, mulher, e criança precisam ser respeitados", disse.
LISTA
Veja a lista dos vencedores do Nobel da Paz nos últimos 10 anos:
2010: Liu Xiaobo
2009: Barack Obama
2008: Martti Ahtisaari
2007: Intergovernmental Panel on Climate Change, Al Gore
2006: Muhammad Yunus, Grameen Bank
2005: Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei
2004: Wangari Maathai
2003: Shirin Ebadi
2002: Jimmy Carter
2001: ONU, Kofi Annan
2000: Kim Dae-jung
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