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Premiê da Hungria nacionaliza fábrica responsável pela lama tóxica, diz BBC
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DE SÃO PAULO
Atualizado às 09h48.
Em pronunciamento ao Parlamento húngaro em Budapeste, o premiê Viktor Orban afirmou que a fábrica de alumínio MAL Zrt, responsável pelo vazamento de lama tóxica que já deixou ao menos sete mortos no país, foi nacionalizada temporariamente, e que o presidente da empresa, Zoltan Bakonyi, foi preso nesta segunda-feira para interrogatório.
As informações são da rede britânica BBC.
De acordo com o site da emissora o líder acrescentou que nacionalização da companhia será mantida até que quatro operações do Estado em relação ao desastre estiverem finalizadas.
A lista inclui as indenizações que devem ser pagas aos atingidos pela lama tóxica, a garantia por parte da fábrica de que os empregos de seus funcionários sejam garantidos, que os responsáveis pelo desastre sejam julgados e que indústrias com riscos potenciais sejam identificadas.
"Precisamos manter o controle estatal da empresa responsável vazamento da lama vermelha e de todos os seus bens até que estas quatro etapas sejam concluídas", disse Orban.
O primeiro-ministro afirmou ainda que um comissário estatal seria indicado para controlar a empresa e gerenciar seus bens.
DIQUE DE EMERGÊNCIA
O anúncio de Orban chega horas após autoridades húngaras estimarem para terça-feira a conclusão de um dique de emergência para deter a maré de lama vermelha altamente tóxica que há uma semana vazou do depósito de uma fábrica de alumínio em Ajka, 160 quilômetros a oeste de Budapeste.
A lama se espalhou por uma superfície de 40 quilômetros, destruindo o ecossistema dos rios Torna e Marcal e chegando ao rio Raab, afluente direto do Danúbio. Ao menos sete pessoas morreram e outras 123 ficaram feridas após o vazamento. Uma oitava pessoa continua desaparecida.
Samuel Kubani/AFP | ||
Trabalhadores atuam em rua coberta de lama em Devecser; dique para deter lama deve ficar pronto amanhã |
"Esperamos concluir o dique na terça-feira", disse Peter Szijjarto, porta-voz do governo, à rede privada TV2. "Temos 4.000 pessoas e 300 máquinas operando no local, estamos fazendo o máximo para impedir que haja outra tragédia", acrescentou.
Tibor Dobson, porta-voz das equipes de atendimento a emergências, disse que moradores da vila próxima de Kolontar continuarão em abrigos de emergência.
"Elas não conseguirão voltar para suas casas hoje, embora a construção do dique esteja progredindo", afirmou Dobson.
Kolontar foi esvaziada no sábado (9), depois que foram vistas rachaduras em uma das paredes do reservatório, o que indica o risco de um novo vazamento.
Um time de especialistas em meio-ambiente da União Europeia (UE) devem chegar à Hungria nesta segunda-feira para auxiliar as autoridades na resposta ao desastre.
A cidade de Devecser, que abriga 5.400 pessoas, continua em estado de alerta. O Exército enviou mais de 300 soldados e 127 veículos de transporte à cidade.
O governo húngaro fez uma reunião de emergência neste domingo para avaliar a extensão do desastre. O premiê Viktor Orban irá informar legisladores sobre os planos do governo em um discurso no Parlamento ainda hoje, de acordo com a mídia local.
Citando um legislador do partido governista Fidesz, o jornal "Nepszabadsag" informou hoje que a ideia de nacionalizar a fábrica de alumínio MAL Zrt, proprietária do reservatório com problemas, também pode ser discutida.
A lama vermelha é um subproduto do refino da bauxita, material básico para produção de alumínio. Lama tratada é normalmente guardada em reservatórios, onde a água evapora, deixando uma pasta vermelha inofensiva. Especialistas dizem, contudo, que a MAL não parece ter tratado o suficiente seus resíduos, que continuaram altamente cáusticos.
Ainda não se sabe o que causou o vazamento, mas meteorologistas disseram que chuvas de verão pela Europa foram 200% acima do normal, o que poderia ter enfraquecido o reservatório.
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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