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14/10/2010 - 20h57

Famílias dos mineiros chilenos encerram vigília no acampamento

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TERRY WADE
DA REUTERS, EM COPIAPÓ

Encerrando o que muitos perceberam como uma missão espiritual, as famílias dos 33 mineiros chilenos resgatados desfizeram as barracas em que viveram nos últimos dois meses e se preparavam para a vida fora do acampamento Esperanza --e de seu intenso companheirismo.

Acompanhe a cobertura completa do resgate dos mineiros no Chile
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Clima de fofoca domina acampamento chileno; ouça correspondente
Leia como foi o resgate minuto a minuto

Elas se concentraram no terreno vazio ao redor da mina San José depois do desabamento do dia 5 de agosto, temendo que todos os mineiros estivessem mortos, mas se recusaram a desistir. Vários dos parentes são muitos religiosos e rezavam quase que ininterruptamente pelos seus homens.

Agora, com o fim da extraordinária operação de resgate, começaram a recolher suas roupas, lençóis, pratos e panelas nesta quinta-feira, e deixaram para trás uma pilha de lixo e sinais com fotos dos mineiros e mensagens de apoio.

Alfonso Ávalos, cujos filhos Florencio e Renan estavam entre os que ficaram presos por 69 dias, bebia chá do lado de uma fogueira não muito longe do lugar onde aconteceu o resgate na quarta-feira.

Ele planejava passar pelo hospital da cidade de Copiapó ainda hoje para visitar seus filhos, e em seguida fazer uma longa caminhada de volta para a casa no sul do Chile, com quase três dezenas de integrantes da família.

"Nós viemos aqui para buscá-los e queremos voltar para casa todos juntos", afirmou ele.

Daniel Marin, amigo da família, estava sentado em silêncio em um banquinho, escrevendo uma carta a todos os mineiros para manifestar sua solidariedade e sua fé em Deus.

Ele estava dividido --feliz com o "milagre" do qual fez parte, mas relutante em deixar o lugar que ele sente que agora está imbuído com um senso do divino.

"Sinto que cumpri minha missão aqui, então é hora de partir", afirmou Marin.

SANTUÁRIO

Dia e noite, ao longo das últimas dez semanas, vigílias religiosas uniram as famílias aos engenheiros e às equipes de resgate que trabalhavam sem cessar para trazer os mineiros a salvo até a superfície.

Quando as equipes de busca descobriram que os mineiros estavam vivos, 17 dias depois do colapso da mina, a cidade de tendas aumentou rapidamente de tamanho. Ela foi chamada de acampamento Esperanza, e alguns parentes dizem agora que querem transformar o terreno inóspito em um santuário.

A maioria das pessoas do acampamento elogiou o presidente Sebastián Piñera por liderar o esforço de resgate, o que deve se traduzir em apoio a ele internamente e passar a imagem do Chile no exterior como o país mais bem organizado da América Latina.

Ariel Ticona, um dos últimos mineiros a sair para a superfície na noite de quarta-feira, disse a Piñera: "Este é um grande país e juntos podemos fazer coisas ótimas."

Mas Flor Alcayaga, cujo sobrinho Victor Zamora estava entre os resgatados, disse que o governo talvez tivesse levado mais tempo para encontrar e resgatar os mineiros não fosse a presença de tantos amigos e parentes.

"As famílias acampadas aqui pressionaram Piñera a começar as escavações", disse ela na noite de quarta-feira, enquanto ela e outros parentes se reuniam na frente de uma TV e assistiam ao vivo as imagens dramáticas do resgate.

 

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