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Foi terrível, mas continuarei a ser mineiro, diz resgatado ao sair do hospital
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DA FRANCE PRESSE
Viver quase 70 dias preso em uma mina, a 700 metros sob a terra, foi "terrível", apesar dos "bons companheiros" e da "boa organização" do grupo, revelou o mineiro Yonni Barrios.
"Já imaginou você a 700 metros de profundidade? Foi terrível", disse Barrios, 50 anos, já instalado em sua humilde casa.
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Barrios, que teve um importante papel como enfermeiro do grupo de 33 operários retidos na mina San José, garantiu que voltará à mineração, apesar da "traumática experiência".
"Sim, continuarei sendo mineiro", afirmou ao sair neste sábado do hospital de Copiapó, no norte do Chile, onde foi submetido a uma bateria de exames após o resgate.
"Vou descansar um pouco, mas voltarei à mineração", garantiu Barrios, que ainda tem problemas "na vista e nos dentes" e deverá ser submetido a "controles psicológicos".
Segundo o mineiro, sua companheira Susana foi o principal incentivo para seguir em frente durante o pesadelo no fundo da mina: "Várias vezes perdi a esperança, mas é preciso ter um incentivo para se viver, e ela foi meu incentivo".
Divulgação |
Yonni Barrios, 50 anos; casado, ele foi disputado a tapas do lado de fora por duas mulheres, a mulher e a amante |
Barrios destacou que a experiência teve "muitas coisas positivas": "os 33 companheiros, os melhores", assumiram distintas funções e se organizaram em um sistema "bem democrático".
"Lá não havia líderes, era um grupo democrático. Votávamos sempre para decidir o que fazer", disse o mineiro, ainda de óculos escuros para se proteger da luminosidade.
"A união foi a chave [...] Eu era o encarregado de informar sobre as doenças, entregava os medicamentos, monitorava os sinais vitais dos meus companheiros" e relatava a situação à equipe médica fora da mina.
"Os primeiros 17 dias [sem contato com a superfície] foram terríveis, mas depois tudo melhorou [com a chegada da sonda]".
"A sonda [enviada do exterior] nos ajudava a ter comunicação, alimentação, notícias de nossos familiares, chegamos a ter eletricidade".
Ao contrário de alguns companheiros, Barrios não planeja viajar, e seu único objetivo agora é "descansar por algum tempo, e depois trabalhar, porque todo mundo tem que trabalhar".
"Estava a 700 metros de profundidade sob a terra, e não quero agora ficar a 700 metros de altitude sobre a terra ou a 700 km de distância da minha terra".
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